Juliana Cézar Nunes
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Um estudo divulgado nesta quarta-feira pelo Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequena Empresa) revela que o Brasil é o sétimo país mais empreendedor, entre 34 nações analisadas. O levantamento, realizado pela Global Entrepreneurship Monitor (GEM), mede as taxas de empreendedorismo no mundo com base em dados de 2004. Em uma categoria mais específica de empreendedorismo, na qual a motivação do empresário é a necessidade, o estudo mostrou um aumento do número de casos que coloca o Brasil em quarto lugar nesse quesito.
Na categoria empreendedorismo por oportunidade, os brasileiros tiveram praticamente o mesmo desempenho de anos anteriores, ficando em 11º lugar. A falta de acesso das pequenas empresas e dos empreendedores ao crédito foi identificada na pesquisa como um dos impedimentos para ampliar o nível e a qualidade do empreendedorismo no Brasil.
Presidente do Sebrae Nacional, Paulo Okamotto defende a necessidade de criar um ambiente mais favorável aos pequenos negócios e, com isso, elevar o número de pessoas que empreendem por avaliarem o momento como oportuno para aumentar os investimentos. "Nós vamos ampliar os esforços para ter bem mais que 54% dos brasileiros empreendendo por oportunidade, como foi identificado na pesquisa", disse, no lançamento da pesquisa.
Para elevar esse índice, o Sebrae elaborou o anteprojeto da Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas, ainda em análise pelo Governo Federal, com previsão de encaminhamento ao Congresso Nacional em dois meses. "Será um duro golpe na burocracia e nos altos impostos para as micro e pequenas empresas, e facilitará o acesso ao crédito e à inovação tecnológica para o segmento", explica Okamotto.
Como na maioria dos países, boa parte dos empreedimentos brasileiros é aberta com o capital que vem do investidor informal ou do próprio dono. De acordo com informações do Sebrae, os familiares brasileiros entram com 41,7% dos investimentos informais, contra 49,4% da média internacional. Em seguida, vêm os amigos e vizinhos, que no Brasil ajudam com 37,5% do investimento informal, ficando acima da média mundial (26,4%).