Mylena Fiori
Repórter da Agência Brasil
Dakar (Senegal) - Brasil e Gana reafirmaram hoje, em comunicado conjunto, o empenho para o fortalececimento da cooperação técnica entre os dois países, especialmente na agricultura, área em que o Brasil detém níveis avançados de eficiência e produtividade. Os dois países ressaltaram a conveniência de organizar missões regulares de organizações multilaterais à Guine-Bissau, país próximo de Gana, no sentido de exercer influência positiva sobre as tarefas urgentes de construção da paz e promoção do desenvolvimento social e econômico daquele país, que ficou em guerra civil até 1999 e ainda passou por golpe de Estado em 2003
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva expressou confiança no potencial de cooperação entre Brasil e Gana em matéria de produção e processamento de sal – projeto neste sentido será implementado "num futuro próximo", assim que Gana identificar suas prioridades para o setor.
Lula enfatizou o crescente reconhecimento, pela sociedade brasileira, da contribuição da África para a formação de sua identidade nacional e para o desenvolvimento econômico, social e político do país. O presidente mencionou ainda a aprovação, no início de seu governo, de lei que estabelece a inclusão obrigatória do ensino de História e Cultura Afro-Brasileira no currículo escolar brasileiro. O presidente ganense, John Agyekum Kufuor, por sua vez, agradeceu a Lula pelo empenho do governo brasileiro em buscar o aprofundamento da cooperação educacional bilateral, com ênfase na oferta de bolsas de estudo a estudantes africanos de graduação e no intercâmbio de estudantes de pós-graduação.
Os dois chefes de Estado destacaram a importância do Acordo de Serviços Aéreos assinado ontem e que prevê a craição de linha aérea entre Brasil e Gana, o que deve contribuir para a ampliação do desenvolvimento do turismo e o incremento do intercâmbio econômico e comercial entre os dois países. Também concordaram em implementar a abolição parcial de vistos em passaportes diplomáticos, oficiais e de serviço, que será negociada por troca de notas pelos canais diplomáticos nos próximos trinta dias.
Lula e Kufuour oncordaram sobre a necessidade de reforma nas Nações Unidas para refletir as realidades contemporâneas por meio da admissão de representantes dos países em desenvolvimento como membros permanentes em um Conselho de Segurança ampliado. Com relação à aspiração do Brasil por uma vaga permanente, o presidente Kufuor disse que deve ser dado ao Brasil "o reconhecimento merecido". Por fim, os dois chefes de Estado ressaltaram a importância da participação ativa e coordenada dos países em desenvolvimento nas negociações pela liberalização do comércio internacional, no âmbito da Organização Mundial do Comércio (OMC).
