Amorim diz que Brasil influenciará na democratização de Guiné-Bissau

13/04/2005 - 20h51

Mylena Fiori
Enviada especial

Dacar (Senegal) - O Brasil pretende exercer influência efetiva na democratização de Guiné-Bissau, pais que ficou em guerra civil até 1999 e ainda passou por golpe de Estado em 2003. Nesta quarta-feira, em visita de quatro horas à capital Bissau, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva teve reuniões com o presidente e o primeiro-ministro e tambem conversou com todas comissões da Assembléia Nacional Popular. "A presença do presidente é muito importante para estimular o respeito às normas estabelecidas na Carta de Transição", destacou o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, que acompanha Lula na viagem ao continente africano. Desde 1984 Guiné-Bissau não recebia a visita de um presidente brasileiro.

De acordo com Amorim – que esteve no país em janeiro, em missão preparatória à viagem preidencial - a visita teve cunho eminentemente político. Não foram assinados novos acordos entre os dois paises mas, segundo o chanceler, o Brasil vem cooperando com o parceiro de lingua portuguesa no combate à aids e na área agrícola. Também foi oferecida ajuda "emergencial" às forças armadas locais, com a doação de US$ 500 mil ao Fundo Especial da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa. "Uma das razões da instabilidde política é o grau de pobreza das forças armadas", afirmou o chanceler. A longo prazo, o governo brasileiro pretende cooperar na reestruturação e profisionalização das Forças Armadas de Guiné-Bissau.

Nesta semana, o Brasil enviou 750 toneladas de equipamentos de infomática ao país africano, para auxiliar na realização de sua próxima eleição presidencial, marcada para o dia 19 de junho. Os computadores foram cedidos pelo Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais.