Justiça deverá decidir amanhã sobre pedido de instalação de hospital no Rio

21/03/2005 - 21h47

Rio, 21/3/2005 (Agência Brasil - ABr) - O juiz da 11ª Vara da Justiça Federal do Rio, Sílvio Wanderley do Nascimento Lima informou que não vai se pronunciar nesta segunda-feira sobre o pedido do Ministério da Saúde de usar o Campo de Santana, no centro da cidade, para instalação de um hospital de campanha da Marinha. O local foi escolhido por ficar próximo ao Souza Aguiar, maior hospital de pronto socorro do Rio. De acordo com o ministério o lugar é estratégico porque desafogaria o atendimento de emergência no hospital Souza Aguiar.

O recurso foi encaminhado à Justiça após a divulgação, pelo prefeito César Maia, de nota afirmando que utilizar o local para instalação de hospital de campanha seria um crime contra a cidade. Segundo o documento, as barracas de atendimento médico e o movimento em torno delas colocariam em risco um patrimônio histórico-cultural da cidade e os animais e plantas que habitam o parque.

A prefeitura sugere, na nota, outros pontos da cidade que poderiam ser usados pela Marinha para instalação do hospital, mas todos foram descartados pelas autoridades de saúde, porque ficariam mais distantes e poderiam colocar em risco à vida dos pacientes mais graves.

O juiz Sílvio Wanderley do Nascimento Lima deverá dar seu parecer sobre o pedido do Ministério da Saúde nesta terça-feira (22). Ele informou que analisa outro pedido dos advogados da União requisitando o pagamento imediato do salário de fevereiro dos 593 médicos residentes que prestam serviço aos hospitais sob intervenção: Hospital da Lagoa, Andaraí, Cardoso Fontes, Ipanema, Souza Aguiar e Miguel Couto. O Ministério da Saúde já enviou o comprovante do recibo liberando a verba para a prefeitura do Rio destinada ao pagamento dos médicos residentes.

Os kits laboratoriais e insumos médicos apreendidos hoje por funcionários do Comitê Gestor da Intervenção Federal, no almoxarifado da Prefeitura, no bairro do Rocha, já foram repassado para os hospitais federais.

Nesta terça-feira, o Ministério da Saúde deverá divulgar balanço da quantidade de kits encontrados no almoxarifado da Prefeitura. Grande parte deles é entregue diretamente pelas fábricas aos hospitais e os auditores consideraram estranho que as unidades estivessem quase sem estoque.