Jovens discutem políticas públicas com governo e ONGs

21/03/2005 - 15h28

Cecília Jorge
Repórter da Agência Brasil

Brasília - Com cerca de 34 milhões de pessoas entre 15 e 24 anos, o Brasil tem mais jovens do que em toda a Europa. Os problemas vividos por essa população também são grandes, como gravidez precoce, dificuldade de acesso à educação, cultura e emprego. Segundo o secretário Nacional de Juventude, Beto Cury, mais de 17 milhões dos jovens brasileiros (51%) estão fora da escola.

O encontro Vozes Jovens, que teve início nesta segunda-feira (21), pretende discutir os desafios da juventude e definir um plano de ações para os próximos 12 meses. "Nós vivemos um momento muito instigante no Brasil, porque a temática juvenil adquiriu uma força extremamente positiva para a democracia brasileira", disse Beto Cury, destacando a criação da própria secretaria no ano passado.

Mais de 100 jovens participam do evento promovido pela Secretaria Nacional de Juventude, Banco Mundial e agências da Organização das Nações Unidas (ONU). O objetivo é estimular a participação da juventude na elaboração e implantação das políticas públicas destinadas a eles. "Esse encontro propiciará esse diálogo e, sem dúvida, contribuirá para que na ação já em curso desenvolvida pelo governo federal os jovens tenham vez e voz", afirmou a ministra da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Matilde Ribeiro.

Beto Cury destacou a importância da criação de uma parceria para o enfrentamento dos problemas da juventude. "O desafio é muito grande para ele ser enfrentado sozinho apenas pelo governo federal", disse Beto Cury.

A abertura do evento teve homenagens a Rita Janaína Quadros, da Comissão Nacional de Jovens Trabalhadores Rurais da Contag (Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura), que morreu neste domingo. De São João do Sul (SC), a jovem de 27 anos chegou ontem em Brasília para participar do evento e sofreu um ataque cardíaco. "Quando desaparece uma (militante) a luta enfraquece um pouco se os outros não se organizam melhor", afirmou a representante do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) no Brasil, Marie-Pierre Poirier.