Alessandra Bastos
Repórter da Agência Brasil

Brasília - A Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados vai organizar uma caravana para conhecer algumas das comunidades de remanescentes de quilombo brasileiras. "Vamos conhecer a realidade dessas comunidades. Os parlamentares que não tem um envolvimento direto com essa questão têm muitas vezes uma visão ilusória e romântica do que seria uma comunidade de quilombo", afirma o autor da idéia, deputado Luiz Alberto (PT/BA).

A comissão quer avaliar como as políticas públicas chegam a essas comunidades e ajudar o governo federal na elaboração de novas. "Vamos mostrar a realidade dura dessas comunidades, que não tem estrutura nenhuma, energia elétrica, água tratada, escola, posto de saúde", diz o deputado.

A expectativa é de que a viagem seja no início do próximo semestre. Uma das preocupações da comissão é "evitar que o governo desenvolva ações que possam incidir nas características culturais das comunidades. A legislação atenta para esse aspecto da preservação da identidade cultural, além da garantia das necessidades materiais", ressalta o parlamentar.

Serão visitadas comunidades já reconhecidas e tituladas, não tituladas e também as não reconhecidas. Na próxima semana, serão definidos o roteiro e o grupo que vai desenvolver o trabalho. "Não há um limite de pessoas, o limite é a própria comissão, mas evidentemente nem todos estarão disponíveis", adianta Luiz Alberto. A Comissão de Direitos Humanos é composta por 51 parlamentares. Serão visitados os estados onde existe maior número de comunidades. Segundo o deputado, Bahia, Maranhão, São Paulo, Rio Grande do Sul, Pernambuco e Goiás já estão confirmados no roteiro.

Nesta terça-feira (22), às 9 horas, a Câmara dos Deputados realiza sessão solene pelo Dia Internacional pela Eliminação da Discriminação Racial, com a participação de movimentos negros, embaixadores africanos, Ministério da Cultura e a Secretaria Especial de Promoção da Igualdade Racial.