César Maia nega autorização para Marinha instalar hospital de campanha no centro do Rio

21/03/2005 - 13h24

Daisy Nascimento
Repórter da Agência Brasil

Rio - O prefeito do Rio, César Maia, negou a autorização para instalação de um hospital de campanha da Marinha no Campo de Santana. Ele disse que usar o Campo de Santana, no centro da cidade, para instalação do hospital é um crime contra a cidade e representa um risco para o patrimônio do Rio.

Segundo nota oficial divulgada por volta das 12 horas, o prefeito só foi comunicado esta manhã sobre a intenção do Ministério da Saúde de instalar o hospital como forma de desafogar a emergência do Hospital Souza Aguiar. Ao recusar o pedido, o prefeito César Maia alega que o Campo de Santana, que pertence à Prefeitura, é patrimônio histórico-cultural da cidade e sugere outros pontos da cidade para a instalação do hospital. A seguir, a íntegra da nota oficial da Prefeitura do Rio:

"Somente hoje, dia 21, pela manhã o Prefeito César Maia tomou conhecimento da demanda do Ministério da Saúde para armar barracas de atendimento médico no Campo de Santana.
O é um patrimônio histórico-cultural da Cidade do Rio de Janeiro, desenhado por Glaziou, grande mestre do paisagismo dos séculos XVIII e XIX. Além disso, conserva sua fauna própria – micos, gansos, marrecos, cotias e pavões, entre outros – e plantas específicas, que certamente correriam sério risco com esta utilização. O seu uso, da forma solicitada, representa um risco para o patrimônio da Cidade.

A Prefeitura sugere que outros espaços sejam usados pelo Ministério da Saúde, como o pátio interno do Comando Militar do Leste, a área em frente ao Monumento aos Pracinhas, a Praça da Apoteose, no Sambódromo, o pátio interno do Hospital Souza Aguiar, dois dos quatro andares que se encontram fechados no Hospital dos Servidores do Estado, o pátio interno do Arquivo Nacional, que fica perto do Campo de Santana... Usar este último para o fim desejado pelo Ministério da Saúde representaria um crime contra a Cidade".

O interventor Sérgio Cortes, designado pelo Ministério da Saúde para regularizar o atendimento e resolver a crise dos hospitais do Rio ainda não se pronunciou sobre a nota oficial.