Caçador acusado de matar ambientalista no Rio diz ter confessado crime sob tortura

11/03/2005 - 19h49

Rio, 11/3/2005 (Agência Brasil - ABr) - O caçador Leonardo de Carvalho Marques, acusado do assassinato do ambientalista Dionísio Júlio Ribeiro Filho no dia 22 de fevereiro, negou as acusações em depoimento à 4ª Vara Criminal de Nova Iguaçu. Ele disse que só confessou o crime porque foi torturado pela polícia.

Segundo o promotor de Justiça Marcelo Muniz, responsável pela denúncia do crime, há inconsistência no depoimento de Leonardo. "Ele diz que nunca caçou na comunidade e nunca possuiu armas, mas várias testemunhas dizem que ele é caçador da localidade. Além disso, já foram encontrados, em sua residência, muitas armas e animais silvestres", disse.

No dia 8 de abril a Justiça deverá ouvir as testemunhas de acusação e o titular da 58ª Delegacia de Polícia, que poderá esclarecer as informações sobre a suposta tortura promovida pelos policiais. No mesmo dia, deve ser feita a reconstituição do crime.

Leonardo foi enquadrado, segundo a denúncia do Ministério Público Estadual, no crime de homicídio triplamente qualificado, por motivo torpe, por dificultar a defesa da vítima e por assegurar a execução de outros crimes.

O ambientalista Dionísio Júlio Ribeiro Filho foi assassinado nas proximidades da Reserva do Tinguá, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, área de preservação que ele ajudou a criar.