Luciana Vasconcelos
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Uma mesa e um freezer que funcionava precariamente. Foi assim que Rosângela de Souza Araújo, mais conhecida como Rosa, 31 anos, começou seu negócio no final de 1999. A baiana que chegou em Brasília em 96, hoje tem três restaurantes e emprega 80 pessoas. Ela conta o segredo de seu sucesso: trabalho. "Não adianta ficar só olhando e administrando, tem que pôr a mão na massa", estimula.
Rosa contou a sua história a mais de 200 jovens afro-descenscendentes que participaram de seminário de incubação para empreendedores, no final de janeiro em Brasília. A idéia foi mostrar a eles, que assim como ela, com força de vontade, todos podem se tornar empresários. "Precisa de muita garra e perseverança. E não pode ter medo não. Medo passa, dá um frio por dentro, mas passa e tem que correr atrás", diz Rosa. O fato de ser negra não intimidou a baiana que quando jovem sonhava em ter uma boutique ou ser caixa de supermercado. Mas, foi na cozinhando que descobriu sua vocação.
A história de Rosa é um exemplo para a Associação Nacional dos Coletivos de Empresários e Empreendedores Afro-Brasileiros (Anceabra) que tem como objetivo fomentar o empreendedorismo afro-descendente no país. A organização não-governamental realizou um seminário e curso de incubação de empreendedores em sete regiões e colaborou com a formação de aproximadamente 600 pessoas. O último curso será realizado em Brasília no próximo dia 14.
De acordo com o presidente da Anceabra, João Bosco, existe um mercado emergente nas áreas de serviço e construção nas quais o empreendedor tem destaque. "Entendemos que é hora de preparamos também a comunidade negra para ser empreendedora e empresário. Desenvolvemos muito bem a parte da cultura e do esporte, mas ainda não conseguimos incrementar o sentimento econômico. Um dos objetivos é treinar as nossas equipes para isso", ressaltou.