Arthur Braga
Repórter da Agência Brasil

São Paulo - Na avaliação do economista Ricardo Denadai, da LCA Consultores, mesmo com o recuo das expectativas do mercado financeiro nas últimas semanas, que espera uma inflação em torno de 5,7 % em 2005, o Banco Central (BC) deve elevar ainda mais a taxa de juros em janeiro, "para ver a expectativa de inflação ceder ainda mais". O BC ajustou a meta inflacionária de 4,5 % para 5,1% para o próximo ano.

Segundo Denadai é importante reduzir a estimativa de inflação já que ela influencia a formação de preços e o objetivo é evitar reajustes abusivos ou acima da inflação. Na sua opinião, um ambiente inflacionário "saudável", com taxas de inflação baixas, é positivo porque preserva a renda real do consumidor e possibilita que os agentes econômicos tomem decisões de investimentos com maior segurança.

Entretanto, ponderou dizendo que é necessário avaliar o quanto será exigido de esforço para atingir a meta do BC que, segundo ele, é "ambiciosa", para não prejudicar o crescimento da economia pondo em risco a produção e a criação de empregos, por exemplo.

Com base na avaliação de analistas que acreditam que a economia em 2005 terá grande contribuição da demanda interna, Denadai, entende que além da aquisição de bens duráveis como ocorreu em 2004, no próximo ano haverá uma melhora no consumo de produtos de semiduráveis.