Ana Paula Marra
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O secretário Especial dos Direitos Humanos, ministro Nilmário Miranda, informou, em entrevista à Radiobrás, que três dos 13 suspeitos de terem participado da chacina ontem em um acampamento do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), em Felisburgo, Minas Gerais, já estão presos. Segundo ele, dos detentos, dois são ex-acampados expulsos do local onde houve o massacre e o terceiro seria um pistoleiro daquela cidade. Os três foram reconhecidos por testemunhas.
Nilmário anunciou que a Polícia Federal já apontou duas pessoas como suspeitas de serem mandantes do crime contra os trabalhadores rurais: o fazendeiro Adriano Chasic e o seu primo, o ex-policial Civil Calixto, que estão foragidos. Segundo o ministro, dois dos cinco sem-terra que morreram durante o massacre já haviam registrado queixa na polícia contra o fazendeiro e o seu primo.
Na manhã de ontem, o acampamento foi atacado por pistoleiros, que além de assassinarem moradores, atearam fogo em 31 barracos e seqüestraram cavalos, porcos e aves.
Nilmário Miranda classificou o crime como "selvagem e cruel". "Foi um crime premeditado. O mandante do crime tinha confiança na impunidade. Fez tudo sem procurar ocultar os fatos", disse, referindo-se ao fazendeiro suspeito, por ter usado a sua própria caminhonete para levar os pistoleiros ao local onde ocorreu a matança.
Ele disse que além das Polícias Federal, Militar e Civil também participam das investigações a Policia Rodoviária. "Todos os envolvidos no crime serão penalizados", garantiu Nilmário. As quatro vítimas hospitalizadas, entre elas um menino de 12 anos, estão fora de perigo, anunciou Nilmário.