Arthur Braga
Repórter da Agência Brasil
São Paulo – O membro da coordenação nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Gilmar Mauro, disse hoje (10) que as famílias que ocuparam as terras no município de Iaras, interior paulista, o fizeram "por se tratar de terra pública da União". Mauro fez questão de comentar que o termo "novembro vermelho", uma alusão à série de invasões ocorridas, no chamado "abril vermelho", não tem uma conotação "alarmante".
"Não se trata de uma jornada tão grande. Se trata de ações regionais para resolver problemas que não foram resolvidos e necessitam de uma solução com urgência", disse Mauro. "Muitas ações (ocupações) irão acontecer nos Estados, mas nada de alarmante".
Nesta quarta-feira, Mauro participou de encontro de lideranças do movimento com o ministro do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rosseto, em Brasília. Segundo ele, é preciso que liberação de recursos para o Incra ocorra "efetivamente". Mauro citou a necessidade de utilização dos títulos da Dívida Agrária, principal instrumento que detém o governo para remunerar os proprietários de terras improdutivas.
"Existem várias áreas em Brasília, prontas, com o decreto de desapropriação, mas que não podem avançar por falta de recursos", comentou.
No encontro com o ministro, membros do ministério e do MST fizeram um levantamento das áreas disponíveis para assentamento e chegaram à conclusão de que será possível assentar cerca de 92 mil famílias até o final do ano. "Nossa avaliação é de que o Incra e o ministério entraram em um ritmo bastante acelerado, nos últimos dois meses, o que é muito positivo", declarou.