Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil
São Paulo – A partir da próxima quarta-feira (13), as lideranças dos bancários de São Paulo, Osasco e região, que somam 106 mil trabalhadores de um total de 400 mil em todo o país, vão tentar resgatar a adesão à greve iniciada há 27 dias com estratégias de ampliar a participação dos funcionários do setor privado.
Em assembléia realizada nesta segunda-feira (11), a categoria decidiu continuar a paralisação por tempo indeterminado. Também foi mantida a posição contrária a entrada no TST de pedido de dissídio coletivo no caso de funcionários das instituições federais. Essa proposta de referendar o pedido por meio da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Crédito (Contec) havia sido rejeitada, na última sexta-feira.
Na opinião do presidente da Confederação Nacional dos Bancários (CNB), Vagner Freitas, o ajuizamento "é um retrocesso e vai enfraquecer a luta dos trabalhadores com o fracionamento da categoria". Ele espera que ocorra um acordo em audiência de conciliação antes do julgamento. A história, segundo sua análise, tem mostrado resultados ruins quando a questão chega aos tribunais.
Ele citou a paralisação em 1991 que resultou em 110 demissões na Caixa Econômica Federal (CEF). "Entrar com pedido de dissídio coletiva nunca foi uma boa alternativa e não vai ser agora de novo", afirmou.
Essa mesma ponderação foi feita pelo presidente do sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Guarulhos, Luiz Cláudio Marcolino. Ele observou que a Contec representa apenas 5% dos bancários de todo o País. Mesmo com a resistência da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) em melhorar a contraproposta, Marcolino acredita na retomada da força do movimento de luta.
Segundo ele, esta segunda-feira evidenciou uma maior adesão de funcionários do setor privado com paralisação de atividades em agências da região central dos bancos Itaú e Unibanco. Mas a greve vem sendo mantida de forma parcial. Os bancários reivindicavam, inicialmente, 25% de reajuste e participação nos lucros de um salário mais R$ 1.200 entre outros e, agora, pleiteiam correção de 19% mais um abono de R$ 1.500.