Quase quatro milhões de crianças já foram vacinadas até o meio-dia de sábado

21/08/2004 - 17h49

Brasília, 21/8/2004 (Agência Brasil - ABr) - Até o meio-dia de sábado (21), dia do lançamento de duas campanhas de vacinação infantil, 3,7 milhões (21,78%) das crianças com até cinco anos já haviam sido vacinadas contra a poliomelite e 2,5 milhões (18,44%) contra o sarampo. O resultado foi divulgado pelo secretário de Vigilância em Saúde, Jarbas Barbosa, em Brasília. A meta é que 95% das crianças nesta faixa etária sejam vacinadas até o dia 3 de setembro.

O resultado de hoje "nos permite antever que a meta será executada e, mais do que isso, as secretarias vão ter tempo para procurar bairros, cortiços e favelas, onde, por acaso, não esteja ocorrendo uma boa vacinação e garantir que cada criança tenha o direito de ter a sua vida segura e saudável", adianta o secretário.

Segundo ele, a chuva atrapalhou a vacinação nos estados de Sergipe, que vacinou 22,09% das crianças e Rio Grande do Sul, 11,43%. Até o momento, o campeão de vacinação é Santa Catarina, onde 44% das crianças já estão imunizadas.

Esta é a primeira vez que a Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomelite e sarampo tem duração de duas semanas e não é feita em um único dia. O motivo é a junção de quatro doenças e duas vacinas em uma única campanha. Para o secretário, a mudança evita "tumultos, filas e permite que as crianças sejam bem atendidas", afirma.

Estão sendo investidos R$ 103,5 milhões. Ao todo, 117 mil postos de saúde e 440 mil pessoas estão envolvidas no trabalho, que abrange todos os municípios brasileiros. Para imunizar mais de 17 milhões de crianças brasileiras, 26,3 milhões de doses de vacina contra a poliomelite e 20,1 milhão doses da tríplice viral - contra sarampo, rubéola e caxumba – foram distribuídas.

Dose dupla
Não se sabe o motivo, mas de 5% a 10% das crianças não conseguem desenvolver os anticorpos contra a poliomelite. Por isso, é necessário que se tome duas doses por ano. Mesmo quem tomou a primeira, distribuída em junho, precisa voltar aos postos de saúde. "É uma outra chance para o organismo", explica Jarbas Barbosa. "Em 2007, se for atingida a meta de erradicação mundial, teremos uma nova estratégia no mundo inteiro, mas por enquanto é anual", informa. O último caso da doença no Brasil foi registrado em 1989.

Já a vacina contra o sarampo é chamada de mono-valente, uma única dose é capaz de imunizar a pessoa e a campanha é feita de cinco em cinco anos. Em 1995, o Brasil conseguiu controlar o número de infectados e o fato fez com que alguns estados suspendessem as campanhas, por não achá-las mais necessárias. Em 1997 e 1998, vários casos da doença surgiram. A epidemia causou 53 mil casos e 61 mortes. O secretário enfatiza que a estratégia de vacinação a cada cinco anos é "a única capaz de evitar ocorrência de surtos, não podemos correr de novo esse risco", diz.