Shirley Prestes
Repórter da Agência Brasil
Porto Alegre - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou neste sábado, em Porto Alegre, que o crescimento do Brasil este ano já está garantido e que o país continuará crescendo em 2005. Ele disse que o país não pode ser um laboratório de teses econômicas, pois a economia não é um lugar em que cada um entra e faz uma experiência que, se não der certo, o povo fica com o prejuízo.
"Não queremos fazer uma experiência no Brasil em que o país vai crescer 10% neste ano e, no ano que vem, decrescer 10%. Precisamos de crescimento sustentado. Que seja 4%, ou 4,5%; que seja 5% ou 3,5%; mas que seja em 2004, 2005, 2006, 2007 e 2010, para que a gente possa se programar e recuperar o tempo perdido", afirmou o presidente, explicando que o crescimento quase zero, e até menos que zero, que o país teve por muito tempo, foi acumulando a dívida social que hoje temos que pagar.
Lula disse ainda que vai fazer um chamamento aos quase seis mil prefeitos do país, e estabelecer alguma premiação para incentivá-los a cumprir os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM). "Temos que criar uma espécie de 'Oscar' para premiar prefeitos, governadores e todos aqueles que mais cumprirem as metas determinadas Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud)".
"O dado concreto é que se a gente não fizer nada, vamos chegar em 2015 e a situação vai estar pior", disse o presidente, ao ressaltar o trabalho voluntário dos funcionários da empresa gaúcha de confecção Tevah, que utiliza um sábado por ano para produzir roupas destinadas a entidades assistenciais. Muito mais que um ato de solidariedade, a atitude dos funcionários da Tevah é uma lição de vida", afirmou Lula, destacando que o governo, sozinho, não é capaz de erradicar todos os problemas, e que a sociedade civil tem um papel importantíssimo nesse processo.
Durante a visita à sede das indústrias Tevah, onde prestou homenagem aos funcionários e almoçou com eles no refeitório da empresa, Lula também usou o recente jogo da seleção brasileira no Haiti como exemplo de gesto de solidariedade, e fez um apelo para que o exemplo dado pela Tevah seja seguido por todo o país. "Quem sabe a gente vai poder ver dezenas de coisas como essa que está acontecendo aqui durante a Semana Nacional da Cidadania e Solidariedade, no ano que vem?"
Ao final do discurso, o presidente do Grupo, Israel Tevah, entregou um troféu ao presidente em agradecimento à criação da data em âmbito nacional, inspirada no projeto da empresa."Ganhei meu sábado vindo aqui. Saio daqui achando que vale a pena continuar acreditando no ser humano", encerrou o presidente.
Entre as autoridades, estiveram presentes ao evento os ministros do Trabalho e Emprego, Ricardo Berzoíni; do Turismo, Valfrido dos Mares Guia; do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rosseto; da Educação,Tarso Genro; e das Cidades, Olívio Dutra, além do Governador do Estado, Germano Rigotto, do prefeito da cidade, João Verle e de diversos presidentes de entidades, senadores e deputados federais e estaduais.