Rio, 12/6/2004 (Agência Brasil - ABr) - No Dia Mundial de Combate ao Trabalho Infantil, a possibilidade de estar incluída na lista dos condutores da tocha olímpica amanhã (13) foi motivo de emoção para Núbia da Silva Oliveira, de 20 anos. Por dois anos ela fez parte do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil na Bahia e agora participa do projeto voluntário Agentes de Família, apoiado pelo Unicef. "Representa muito para mim, por estar passando pela primeira vez na América do sul e, principalmente, por eu estar aqui, uma pessoa campeã não no esporte, mas em uma luta de erradicação do trabalho infantil", disse.
Núbia contou que passou por esse processo, já que trabalhou dos 8 aos 13 anos na lavoura de sisal. "É lei, criança não pode trabalhar, mas infelizmente a gente vê criança trabalhando, até por necessidade, mesmo", disse.
Núbia lembrou que o programa de Erradicação do Trabalho Infantil, na Bahia, não atende a todos quantos precisam, mas transforma a vida de quem participa. "Seria ótimo que pudesse atender a todas as crianças e trouxesse para elas a transformação que ocorreu na minha vida." Sobre a participação no revezamento, disse que "a adrenalina está a mil desde abril, porque estarei carregando a chama da luta pelo fim do trabalho infantil". E acrescentou: "Estarão na minha mente os momentos difíceis e os bons, representarei uma massa de meninas e meninos que lutaram e venceram, além de outros que lutam para passar o tempo integral na escola."
Para Márcio Silva Santos, estudante de Niterói (RJ) atendido pela Fundação Gol de Letra, conduzir a tocha olímpica amanhã signficará, aos 14 anos, carregar o símbolo da união dos povos. Ele se disse satisfeito por ter estado na companhia do coordenador técnico da Seleção Brasileira de futebol, Zagallo: "Também adoro o número 13 e espero que o dia traba uma boa energia, pode ser um dia de sorte."