Policiais mineiros começam hoje a voltar ao trabalho

06/06/2004 - 18h39

Brasília, 6/6/2004 (Agência Brasil - ABr) - As polícias Civil e Militar de Minas Gerais decidiram orientar a categoria a retornar ao trabalho a partir de hoje. A decisão foi anunciada um dia depois do juiz José Eustáquio Lucas Pereira, da comarca de Belo Horizonte, considerar ilegal a greve e institutir a multa de R$ 100 mil por dia de paralisação. No entanto, as tropas permanecem fora dos quartéis e delegacias e o Exército segue patrulhando as ruas da capital mineira. A greve foi iniciada na sexta-feira à noite.

Uma nova assembléia foi marcada para quarta-feira (9), quando as categorias da área de segurança pública vão definir o futuro do movimento grevista e a campanha pelos 54% de reajuste. Eles aceitam receber o aumento de forma escalonada, mas não abrem mão dessa reivindicação salarial. O governo diz que só pode oferecer 6% de reajuste.

A assessoria de comunicação do deputado federal Cabo Júlio (PSD/MG), um dos líderes da greve, informou que a decisão do juiz de declarar ilegal a greve está equivocada. O movimento está estritamente dentro da lei, com o cumprimento, inclusive, dos 30% do efetivo no trabalho. De acordo com a assessoria, a mobilização está acontecendo dentro dos quartéis e delegacias e não nas ruas. Os policiais estão na expectativa de que um canal de negociação seja aberto e uma nova proposta do governo seja dada até a semana que vem.

Os militares mineiros, segundo esta assessoria parlamentar, estão sem ter o repasse do Instituto de Previdência dos Servidores Militares (IPSM). Com isso, o governo deve R$ 1 bilhão e 800 milhões e os militares estão tendo os seus convênios médicos suspensos. Outras reivindicações dos policiais referm-se à data base da categoria, horas extras e o adicional de periculosidade. A assessoria confirmou que os policiais civis e militares estão regressando, aos poucos para seus postos de trabalho, mas o Exército continua nas ruas de Belo Horizonte.