Lula diz para prefeitos que criou um novo relacionamento com a sociedade

17/05/2004 - 23h09

Carolina Pimentel e Nelson Motta
Repórteres da Agência Brasil

Goiânia – Bem humorado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na abertura da 45° Reunião da Frente Nacional de Prefeitos em Goiânia, falou para quase duas mil pessoas, no Centro de Convenções, que o compromisso do seu governo com os prefeitos, não é ocasional.

Segundo ele, o compromisso de alguém que acredita que só tem sentido governar numa cidade, num estado ou num país, se for possível, no final do mandato, além das obras que fez, ter criado um novo padrão de relacionamento entre os entes federados, os estados e a sociedade.

Lula lembrou, que na Marcha dos Prefeitos em Brasília, foi alertado de que os prefeitos estavam bravos e nervosos," e tinham lembranças de que apanharam, de que ninguém atende e me aconselharam a não ir lá. Eu não só fui, como levei todos os ministros que eu pude levar", afirmou.

"Há muitos e muitos anos que os prefeitos brasileiros não eram tratados com respeito e decência, como estão sendo tratados agora", disse Lula. Segundo o presidente, as prefeituras não tinham o retorno financeiro que estão tendo agora.

Na reunião de hoje com os prefeitos das capitais, o prefeito César Maia do Rio de Janeiro, fez questão de ressaltar o relacionamento que o governo federal está mantendo com os municípios. "Há um consenso entre todos os prefeitos em relação ao reconhecimento do governo federal em um novo estágio de convívio com os municípios e capitais", disse Maia.

Para o presidente Lula, o que não se pode perder é o limite do bom termo, naquilo que se chama de o limite do possível, do que você pode fazer num determinado momento. Lula lembrou que muita coisa podia ter sido feito por outros, já que passou tanta gente pelo governo. Ele deu como exemplo, a Lei Complementar do ISS, que estava há treze anos no Congresso Nacional, esperando aprovação. "Nós mandamos fazer e foi feito", acrescentou.

A preocupação do seu governo, segundo Lula, é de quando for repassado o dinheiro para os municípios, ele chegue o mais rápido possível para que o povo não fique esperando a vontade política, dessa ou daquela pessoa que muitas vezes, segura o dinheiro e não repassa imediatamente para os prefeitos. "Isso é uma obrigação nossa", disse Lula.

O presidente Lula chegou a pedir paciência, com o seu governo, para que as coisas possam se concretizar. "Quem quiser jogar a culpa do desemprego no presidente, pode jogar, isto é um problema estrutural do modelo que foi estabelecido no país há muitos anos e não vai mudar rapidamente", afirmou.