Comandante do Exército diz que l.500 homens podem ajudar na segurança no Rio

02/05/2004 - 19h04

Benedito Mendonça
Repórter da Agência Brasil

Brasília -Cerca de mil e duzentas pessoas, segundo estimativa do comando da Polícia Militar, compareceram à solenidade de troca da Bandeira Nacional neste domingo, na Praça dos Três Poderes. No sistema de rodízio, coube ao Exército a organização do evento.

O comandante do Exército, General de Exército, Francisco Roberto de Albuquerque, que presidiu a cerimônia, confirmou que uma tropa de 1.500 homens está preparada para seguir para o Rio de Janeiro, caso seja esta a decisão do governo.

"Nós temos um grupo de operações especiais que foi deslocado para Goiânia e já está sendo preparado há algum tempo como é característica nossa". Dessa forma, frisou, "nós teremos uma tropa com características especiais para cumprir uma série de missões bastante delicadas".

Sobre a formatação e característica da tropa, o general explicou que "ela já existia antes, de forma reduzida, mas, agora, o efetivo é de 1.500 homens". Segundo sua avaliação, essa tropa "está preparada para qualquer missão, desde o combate ao terrorismo ou combate ao narcotráfico". A razão principal dela, destacou o general, "é, inclusive, no emprego em situações de defesa da soberania nacional".

Indagado se, no Rio de Janeiro a tropa de operações especiais estará sob o comando da governadora Rosinha Matheus, o general Albuquerque disse que ainda está sendo decido pelo governo federal, e "não é caso de adiantarmos em que condições, se viermos a ser empregados, isso acontecerá".

Ele garantiu, no entanto, que a tropa é treinada para o combate urbano e de selva. "Qualquer tipo de combate em qualquer tipo de situação", frisou, alertando para o fato de todos os soldados serem "páraquedistas, terem especialidade na montanha, no mar e qualquer tipo de solo". O comandante do Exército afirmou que "nós apenas estamos aguardando um posicionamento do governo. Nós cumprimos o que o presidente da República determinar".

No caso do desvio das cinco pistolas Glock, importadas da Áustria pelo Palácio do Planalto, e que está sendo investigado pela Polícia Federal, o general Albuquerque afirmou que como está sendo divulgado recentemente pela imprensa, "dá a impressão de que esses desvios de armamentos são em grande número". Segundo o general, "é claro que casos acontecem" Segundo ele, "nós temos um levantamento estatístico e não é assim e nem nessas proporções".

No que diz respeito ao armamento sob a responsabilidade do Exército, o comandante assinalou "que os critérios de segurança adotados são os mais rígidos possíveis". Ele disse estar com as unidades do Exército à disposição da imprensa para mostrar de que maneira é realizada a segurança". Sob a condução das investigações, ele preferiu não se manifestar. "Esta sendo verificado e não adianta querer adiantar antes das investigações serem feitas". Ele não confirmou se o Exército está participando das investigações. "A Presidência da República tem elementos militares nossos que atuam junto ao presidente da República".

Desde o primeiro domingo de abril, a cerimônia da troca da bandeira está sendo realizada em novo horário. A troca da bandeira é todo primeiro domingo do mês. A mudança de horário foi sugestão da secretária de turismo, Lúcia Flecha de Lima, que, por motivos pessoais não pode comparecer à cerimônia. O objetivo de fazer com que a população crie o hábito de participar desse evento cívico está sendo cumprido. Exército, Aeronáutica, Marinha e Polícia Militar revezam na organização do evento. A bandeira mede 186 metros quadrados e está hasteada no mastro a 100 metros do chão.

A solenidade de hasteamento da bandeira e uma visita de três dias a Brasília serviu de premiação dos seis vencedores do concurso literário Um Poema Chamado Brasil, iniciativa social da Fiat, com apoio do Ministério da Cultura, da Unesco e do Ministério da Educação. O Concurso Literário estimulou mais de 130 mil estudantes de todo o País a produzirem contos, crônicas e poemas.