Brasília, 18/3/2004 (Agência Brasil - ABr) - O secretário de Recursos Humanos do Ministério do Planejamento, Sérgio Mendonça, não descartou hoje a possibilidade de suplementação orçamentária para criar uma proposta de revisão geral de salários. Os sindicalistas alegam que os recursos de R$ 1,5 bilhão são pequenos para criar uma proposta que recomponha a defasagem salarial do funcionalismo, que já chega a 127%. "Não está descartada sumariamente a hipótese de suplementação orçamentária, porém, não estamos prometendo nada em relação a isso", alertou.
Segundo o secretário, a proposta que o governo apresentou hoje (18), na Mesa Nacional de Negociação Permanente, é de aumento diferenciado para os servidores públicos federais. "A idéia é fazer um reajuste diferenciado, dando aumento maior para as categorias que têm menores salários e que tiveram maiores perdas", explicou. O salário mais baixo pago pelo serviço público federal fica em torno de R$ 500.
Mendonça explicou que será criada uma escala de reajuste que pode variar entre 0,1% e até um pouco mais de 20%. "Como há uma diferenciação entre ativos e inativos, essa conta ainda está para ser fechada, e é por isso que a gente não tem certeza dos reajustes para os servidores ativos".
Além dos recursos de R$ 1,5 bilhão destinados à revisão geral, existem mais R$ 455 milhões para o auxílio-alimentação, R$ 911 milhões para reestruturação de carreiras e cerca de R$ 2 bilhões de precatórios. Somente o auxílio-alimentação sofreu reajuste de 18,5%. Com todos os reajustes, Mendonça disse que a folha de pagamento terá uma diferença de 2003 para 2004 de R$ 6 bilhões.
Para o secretário da Coordenação Nacional dos Servidores Públicos Federal (Cnesf), Gilberto Jorge, a proposta do governo é excludente, na medida em que deixa de fora os trabalhadores inativos. "Não vamos fechar acordo com o governo com proposta excludente. As propostas apresentadas não atingem nossas perdas e deixam fora os aposentados e pensionistas", disse.
O secretário da Cnesf disse ainda que será mantido indicativo de greve para a segunda quinzena de abril. "Vamos chamar todos os aposentados e pensionistas para estarem junto com a gente nessa greve", acrescentou.