OMS quer exemplo dos profissionais de saúde para combater tabagismo

01/02/2004 - 16h56

Agência Brasil

Brasília - A Organização Mundial da Saúde (OMS) está lançando um código de conduta para que os profissionais de saúde - como médicos, farmacêuticos e dentistas - parem de fumar e estimulem, dessa forma, outras pessoas a largar o vício do tabaco. Na última semana, congresso na sede do organismo internacional, em Genebra (Suiça), reuniu pessoas de praticamente todos os países do mundo.

"Os profissionais de saúde, mudando o comportamento, têm a oportunidade de ajudar milhares de pessoas. O envolvimento deles é chave para o controle da epidemia do tabaco", disse Vera Luiza da Costa e Silva, diretora da Iniciativa "Sem Tabaco", da OMS. Explicou que se os dentistas alertassem sobre os males do cigarro, como o excesso de placas bacterianas, o amarelamento dos dentes, assim como o aumento das chances de se contrair câncer de boca, o impacto sobre os fumantes seria dramático.

De acordo com levantamento da OMS, está comprovado que a influência dos profissionais de saúde é um dos principais métodos capazes de fazer com que os fumantes abandonem o vício. O curioso é que a incidência de fumantes entre os profissionais de saúde, algumas vezes, é maior, proporcionalmente, do que entre a população. Um exemplo é a Albânia, onde 44% dos estudantes de medicina fumam, contra 39% da população. Na Arábia Saudita, 20% dos médicos fumam, enquanto 13% da população têm o hábito de acender cigarros.

Outra medida considerada importante para o combate ao vício é a assinatura pelos países da Convenção do Controle do Tabaco, da OMS, e o efetivo apoio a suas sugestões.

Um das responsáveis pela iniciativa da OMS, Catherine Le Galés-Camus, disse que 1,1 bilhão de pessoas em todo o mundo fumam, 5 milhões morrem em decorrência do cigarro e, por isso, campanhas contra o tabaco têm de ser prioridade na agenda de saúde.