Polícia identifica local onde fiscais foram assassinados

30/01/2004 - 20h01

Luciana Vasconcelos
Enviada Especial da Agência Brasil

Unaí (MG), - O local onde foram assassinados três fiscais do Ministério do Trabalho, foi identificado nesta sexta-feira pelo Comando de Operações Táticas (COT) da Polícia Federal em conjunto com a Polícia Militar de Minas Gerais. O fato ocorreu por volta das 8 horas da manhã de quarta-feira em uma estrada de terra. Segundo informações passadas para a polícia, o carro dos fiscais foi visto perto da estrada às 7h50m. Às 8h30m o motorista baleado foi socorrido. após ter dirigido por oito quilômetros. Ele morreu no Hospital de Base de Brasília, onde ainda conseguiu informar que os assassinos estavam em um Fiat Strada de cor clara

A polícia não descarta nenhuma hipótese para a causa do assassinato. A principal suspeita é que os auditores foram mortos em uma emboscada armada por pessoas insatisfeitas com o trabalho de fiscalização que eles realizavam nas fazendas da região. Os fiscais atuavam para identificar a existência de condições de trabalho degradante.

Outra hipótese diz que os fiscais foram vítimas de um assalto, que já ocorreu outras vezes na região. Apesar disso, segundo a polícia, apenas os celulares foram levados. A polícia já está realizando um rastreamento para saber os números das últimas chamadas feitas pelos fiscais. O administrador da fazenda Bocaina, irmão do dono, Vilson Schneider, disse que os fazendeiros são muito hostis a presença de fiscais. A fazenda Bocaina fica próximo da estrada onde os fiscais foram mortos. Schneider contou que não recebeu a visita deles.

Uma comissão especial da Câmara dos Deputados esteve hoje na cidade para acompanhar as investigações. O coordenador da comissão, Luiz Eduardo Greenhalgh acredita que o caso será esclarecido rapidamente. "Há chances reais de isso acontece logo", disse. Ele informou que na próxima segunda-feira a comissão será recebida pelo ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos.

A Força Tarefa que investiga o crime na cidade, vai ouvir neste sábado 15 pessoas, entre elas fazendeiros e agenciadores de mão-de-obra. O chefe da Polícia Civil de Minas Gerais, Oto Teixeira Filho disse que poderão ser feitas diligências em cidades como Paracatú (MG) e até de outros estados na busca dos assassinos.

A polícia colocou a disposição um telefone para receber denúncias sobre o caso. A ligação é gratuita e a identidade será mantida em sigilo. O telefone é (0800) 70 20 190.