Brasília, 21/12/2003 (Agência Brasil - ABr) - Neste domingo, Brasília se transformou na capital do movimento Hip Hop. Mais de 70 artistas, dentre rappers, DJs, grafiteiros e dançarinos de break se apresentaram no palco do projeto Hip Hop Total, organizado pelo Instituto de Pesquisa e Ação e Mobilização de Brasília (Ipam) e patrocinado pela Caixa Econômica Federal.
"Como São Paulo, o Distrito Federal é referência internacional do Hip Hop. Hoje, nós temos mais de 300 grupos atuando apenas na Ceilândia", disse a presidente do Ipam, Liane Maria. Liane, que trabalha há 20 anos com a mobilização social de grupos da periferia, lembrou que esta é a primeira vez que o movimento Hip Hop sai dos "guetos" para fazer parte da cena artística da cidade. "Pela primeira vez, uma empresa do porte da Caixa Econômica Federal está divulgando os artistas, trazendo a oportunidade de valorizar o movimento", afirmou.
O coordenador de Marketing Cultural da Caixa, Raimundo Nonato de Souza, explicou que a idéia de patrocinar o movimento Hip Hop surgiu dentro da própria empresa, que pretende expandir o projeto para outras cidades do Brasil. "Esse é o primeiro projeto, é inicial e servirá de referência para que a Caixa possa, em 2004, expandir o trabalho para outros estados brasileiros, nas cidades de Brasília, Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador e Curitiba", informou Raimundo.
Além da apresentação dos grupos, uma barraca foi montada para dar apoio aos participantes do evento com a distribuição de cartilhas sobre gravidez precoce e com informações sobre o Estatudo da Criança e do Adolescente.
O Hip Hop surgiu nas décadas de 70 e 80 nos estados Unidos, como resposta aos movimentos de conscientização negra que se fortaleceram entre os negros norte-americanos que viviam à margem da sociedade. Basicamente, o movimento reúne quatro elementos principais: os mestres de cerimônia (rappers), que cantam as músicas; os dançarinos de break; os DJs, que executam o som; e os grafiteiros, responsáveis pelo visual das festas.
"Trazer o Hip Hop para o centro das cidades é valorizar a arte desses 'rappers' como trabalho social. Temos a intenção de trazer um quinto elemento para o movimento: o do trabalho social, como solução para os problemas da própria comunidade", completou Liane.