Murilo Ramos e Marcos Chagas
Enviados especiais

Trípoli (Líbia) – A chegada do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Líbia, quinta e última parada de sua viagem ao Oriente Médio e Norte da África, foi tumultuada. Centenas de pessoas aguardavam a presença do chefe de Estado brasileiro nas proximidades do Complexo de Bab Azyzia, sede da residência oficial.

Os populares batiam com as mãos nos carros da comitiva brasileira, erguiam o polegar fazendo sinal de positivo e gritavam a palavra Brasil. Acompanhavam a comitiva uma tropa de cavaleiros, que trajavam roupas típicas da região. Lula e o presidente líbio, Muamar Kadafi, passaram em revista às tropas em frente à antiga residência do então líder da revolução islâmica. Bombardeada por mais de 100 aviões, em 1986, a casa não foi restaurada e tornou-se um museu. A filha de Kadafi, Hana, que tinha na época um ano e seis meses, morreu durante o ataque.

Próximo ao antigo edifício, há bandeiras brasileiras escritas à mão e de modo errado: "Ordem e Rogresso". Foram fixados cartazes com a foto oficial de Lula e outros em protesto contra o ex-presidente americano Ronald Reagan, que governava os Estados Unidos no ano do bombardeio.

Depois da cerimônia, os dois presidentes se encaminharam ao palácio para um encontro reservado. Um forte esquema de segurança acabou atrasando a entrada de autoridades brasileiras, entre elas, o ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, e o da Integração
Nacional, Ciro Gomes, bem como a do assessor especial da presidência da República para assuntos internacionais, Marco Aurélio Garcia. A segurança restringia a entrada das pessoas que portavam bolsas ou equipamentos como microcomputadores.

Segurança

A segurança foi destaque desde o aeroporto. Dezenas de veículos do governo líbio escoltaram a comitiva brasileira, travando as ruas de Trípoli. Nem mesmo em Beirute, local onde se usou helicópteros na guarda do presidente brasileiro, o patrulhamento mostrou-se tão ostensivo.