Brasília, 20/11/2003 (Agência Brasil - ABr) - O antifilme. Assim, o cineasta Rogério Sganzerla, define sua mais nova produção - O Signo do Caos - filme exibido ontem no primeiro dia da mostra competitiva do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro.
A definição se justifica porque a obra de Sganzerla não é como os filmes convencionais. Não há um roteiro com começo, meio e fim. Os personagens são caricatos e a narrativa nada linear. Tudo isso é proposital, pois Sganzerla é contra os filmes que tem como fim, apenas o entretenimento. Como crítica, costuma chamar os produtores de cinema de reprodutores, por fazerem filmes sempre parecidos. Zombando dos filmes comerciais, um dos personagens de Signo do Caos diz que eles são recomendados para quem tem insônia.
O Signo do Caos relembra ainda a passagem do cineasta Orson Welles pelo Brasil, na década de quarenta. Ele queria fazer um filme aqui, mas teve seu material apreendido. Indignado, Sganzerla fez do episódio, tema para vários de seus filmes.
Rogério Sganzerla, o maior símbolo do cinema marginal, não pôde comparecer ao Festival de Brasília devido ao seu estado de saúde. O cineasta está em São Paulo, onde luta contra um tumor no cérebro. Dos seus 17 filmes, o mais conhecido é O Bandido da Luz Vermelha, de 1968.