Recife, 17/10/2003 (Agência Brasil - ABr) - Na tentativa de amenizar o clima de tensão no campo em Pernambuco, o ouvidor agrário nacional, Gercino da Silva, esteve reunido em audiência nesta sexta-feira em Recife, com o desembargador Napoleão Tavares, presidente do Tribunal de Justiça.
A superintendência do Incra em Pernambuco assentou este ano 460 famílias de trabalhadores sem terra, em 11 municípios do Estado. Atualmente 12 mil famílias de trabalhadores rurais vivem em 195 áreas de 68 municípios, desapropriadas pelo Governo Federal, para fins de reforma agrária.
O superintendente do Incra em Pernambuco, João Farias, informou que existem 120 áreas de conflitos agrários na Zona da Mata de Pernambuco. Ele disse que vai atuar na mediação de todos os conflitos, mas destacou que agora o caso que merece maior atenção é o do Engenho Prado, no município de Tracunhaém, onde 300 famílias de agricultores, ligadas a Comissão Pastoral da Terra, prometem resistir se for cumprida a ação de reintegração e posse da área.
O ouvidor contou que ficou acertado que a competência para suspender a liminar de reintegração é do juiz Carlos Maranhão, da comarca de Nazaré da Mata, com quem ele pretende conversar neste sábado. Gercino reiterou que o governo federal deve públicar nos próximos dias o decreto presidencial de desapropriação do engenho, bem como pagamento do valor da terra e das benfeitorias.
Disse ainda que José Maria, o presidente da Associação dos Plantadores de cana, ofereceu uma área de 1.400 hectares na região, para abrigar as famílias do engenho Prado. A proposta será submetida a apreciação da CPT e dos trabalhadores rurais.