Rio, 2/10/2003 (Agência Brasil - ABr) - Desde que se matriculou no curso de alfabetização, a rotina doméstica da dona de casa Maria José Norberto, 34 anos, está mais "divertida". "Depois de arrumar a casa eu sento no chão e estudo. Estou muito feliz". Ela está motivada porque consegue identificar as letras do alfabeto e formar as sílabas.
Há pouco mais de um mês freqüentando as aulas mantidas pela Fiocruz, na Favela da Maré, Maria José já tem familiaridade com palavras que fazem parte do seu cotidiano, como faca, cama, cadeira. "Muitas palavras eu não conhecia, não sabia ler, nem escrever. Mas agora eu já sei muita coisa, tudo é muito diferente".
Maria José ainda não consegue ler uma frase completa, nem identificar os nomes das ruas e dos ônibus. Sua dificuldade está em ler rápido. Ela também se sente insegura e tem dúvida na hora de juntar as letras. Mas conta que está "perseverante" e que não pretende desistir. "A primeira vez que a professora pegou na minha mão eu fiquei gelada, achei difícil. Mas a gente coloca a mente no lugar e vai em frente. Estou aprendendo muito, e se Deus quiser eu vou conseguir."