Brasília, 20/8/2003 (Agência Brasil - ABr) - A proposta conjunta do Brasil e outros 16 países que foi apresentada hoje no Comitê de Negociações Comerciais da Organização Mundial de Comércio (OMC), em Genebra, foi ressaltada pelo ministro das Relações Exteriores, embaixador Celso Amorim, durante a solenidade de abertura da Seminário sobre Agricultura Familiar e Negociações Internacionais.
O Brasil, juntamente com a África do Sul, Argentina, Bolívia, Chile, Venezuela, China, Colômbia, Costa Rica, Equador, Filipinas, Guatemala, Índia, México, Paraguai, Peru e Tailândia apresentaram um documento com as pretensões sobre as negociações agrícolas que serão acordadas na V Reunião Ministerial da OMC em Cancún (México), em setembro próximo. Celso Amorim afirmou que o documento é histórico, tanto pelos posicionamentos defendidos quanto pelo número de países em torno da defesa de suas políticas agrícolas. "É inédito", assegurou.
Celso Amorim disse que as negociações que irão se desenrolar em Cancún constituem matéria de interesse não apenas para os setores da agricultura brasileira majoritariamente para a exportação, mas também para a agricultura familiar. "A diferenciação entre agronegócio voltado para o mercado externo e agricultura familiar voltada para o mercado interno é, até certo ponto, artificial e poderá ser ainda mais no futuro", afirmou. O ministro lembrou que já existem no Brasil exemplos de produção de agricultores familiares que geram excedentes exportáveis, como ocorre em Santa Catarina.
Participaram da abertura do seminário, além do chanceler, os ministros da Segurança Alimentar, José Graziano, da Agricultura, Roberto Rodrigues e do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rosseto, além do ministro da Agricultura da África do Sul, Dirk du Toit, do representante da Rede Brasileira de Integração dos Povos, Manoel José dos Santos, e da Coordenadoria Latino-Americana de Organizações do Campo, Juan Tiney. Amanhã (21) as atividades se iniciarão as 9h30 com um painel "Os Acordos Internacionais e seus Impactos sobre a Agricultura", coordenado pelo secretário-geral do Itamaraty, embaixador Samuel Pinheiro Guimarães.