Brasília, 31/07/2003 (Agência Brasil - ABr) - Depois de três dias de reuniões com os ministros do governo Lula, o ministro do Planejamento, Guido Mantega, fechou os números orçamentários que do governo em 2004: R$ 409 bilhões.
Esse montante é 10% superior ao orçamento deste ano, que é de aproximadamente R$ 360 bilhões. Boa parte dos recursos - que levam em consideração uma estimativa de inflação de 5,5% para 2004 - virão da iniciativa privada. Com o reforço, também, de investimentos diretos intermediados por instituições como o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
As estratégias de atração de capital ainda estão sendo acertadas, como, por exemplo, a criação de fundos especiais, chamados também de fundos de recebíveis. "É com esses recursos que vamos trazer o início da agenda de desenvolvimento", disse o ministro após reunião com o primeiro escalão do governo e assessores da área econômica.
Outra meta do governo para ampliar os investimentos no setor público é a implementação de novas regras em setores estratégicos, como o de infra-estrutura - uma das maiores prioridades do governo Lula. A partir de estímulos fiscais e novos financiamentos em setores como o de telecomunicações, energia elétrica e indústria de manufaturados, como celulose e siderurgia, o governo espera garantir um orçamento reforçado em 2004. "Sentimos que há uma ansiedade dos empresários em fazer investimentos no Brasil".
Para o ministro, uma série de ações, como a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) dos automóveis populares e a criação de programas especiais de estímulo ao consumo e produção, como o Modercarga - programa de incentivo a compra de caminhões a juros fixos de até 20% ao ano - serão alguns dos motores que farão funcionar o crescimento da economia brasileira.
Os recursos do Tesouro também serão ampliados, mas segundo Mantega ainda não é possível quantificar de quanto será este aumento. "Queremos estimular vários setores e melhorar inclusive investimentos em assentamentos da reforma agrária", disse Mantega, pouco antes de embarcar para São Paulo.