Prisão de deputado ainda não foi comunicada à Câmara Legislativa do DF

10/07/2003 - 19h59

Brasília, 10/7/2003 (Agência Brasil - ABr) - A Câmara Legislativa do Distrito Federal ainda não recebeu o comunicado oficial da Polícia Federal da prisão do deputado distrital José Edmar, do PMDB. O deputado foi preso esta manhã acusado de grilagem de terras, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro. De acordo com o presidente em exercício da Câmara, Paulo Tadeu (PT), assim que receber a notificação da prisão, a Mesa diretora encaminhará o aviso para Comissão Representativa avaliar o caso. A Comissão pode convocar extraordinariamente os deputados para deliberarem sobre o pedido de relaxamento da prisão do parlamentar. A medida tem quer ser aprovada por metade mais um da Câmara. No caso de prisão sob custódia, o deputado ficaria acomodado numa cela especial à disposição da Comissão.

A bancada do PT na Câmara Legislativa, concorda com a prisão do deputado José Edmar. Depois de uma reunião, os petistas afirmaram que estão satisfeitos com a atuação da Polícia Federal. ''Nós estamos apoiando todo o trabalho que está sendo feito pela Polícia Federal. É uma investigação profunda de fatos que o PT vem denunciando há muito tempo, que é a grilagem de terra no DF e que finalmente está tendo um desfecho", afirmou o deputado Chico Vigilante (PT). "Antes eles só prendiam o comprador do lote, hoje, felizmente, estão prendendo os chefes".

A líder do Governo na Câmara Legislativa, Eurides Brito (PMDB), disse que não vai julgar nem absolver previamente o deputado. "Nós sabemos fazer diferença entre imunidade e impunidade, não podemos pré-julgar nem absolver. Precisamos primeiro apurar os fatos".

O porta-voz do Governo do Distrito Federal, Paulo Fona, informou que o governador Joaquim Roriz não vai comentar o caso. "É uma decisão da polícia e não tem que ser discutida. O governador ressaltou que à medida que forem surgindo denúncias de servidores públicos envolvidos com irregularidades, vai afastá-los", comentou Fona.

Hoje, Maria do Socorro Trindade, Administradora da cidade satélite de Santa Maria, também foi presa por enolvimento em grilagem de terras.