Brasília, 10/7/2003 (Agência Brasil - ABr) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai abrir espaço em sua intensa agenda de viagens internacionais para retribuir o convite feito por Fidel Castro para visitar Cuba, oficialmente como chefe de Estado. O convite foi feito pelo presidente cubano em janeiro deste ano, quando esteve em Brasília para participar da posse de Lula. Segundo o embaixador do Brasil em Cuba, Tilden Santiago, o presidente vai aproveitar sua participação na Assembléia Geral da ONU, em Nova Iorque, no final de setembro, para, na volta, permanecer por dois dias em Cuba. "Será um encontro de governo e de assinaturas de acordos e convênios que serão trabalhados até lá", adiantou.

De acordo com Tilden Santiago, uma atuais das características da relação Brasil-Cuba é que os dois países negociam de "Estado para Estado", e não mais por convicções ideológicas - como ocorria na década de 60. O embaixador também não considera um "constrangimento" para o presidente brasileiro visitar a ilha no momento em que Fidel Castro é acusado de promover torturas, prisões e execuções sumárias a presos políticos. "Existem motivações lógicas e justas de haver o encontro. Não sei se os direitos humanos vão entrar como tema. Mas o Brasil já demonstrou sua posição quando deu seu voto na ONU em defesa dos direitos humanos", ressaltou o embaixador.

Tilden Santiago esteve no Palácio do Planalto para audiência com o presidente em exercício, José Alencar.