Economia fluminense deverá crescer 4% este ano

10/07/2003 - 8h12

Rio,10/7/2003(Agência Brasil-ABr) – A economia fluminense deverá crescer este ano em torno de 4%, de acordo com estimativa da Fundação Centro de Informações e Dados do Rio de Janeiro (Cide), vinculada à Secretaria Estadual de Desenvolvimento Economico. Segundo o diretor-executivo da entidade, Ranulfo Vidigal, a taxa será menor do que a apurada em 2002 (5,1%), contra a média nacional de 1,5%, por conta das taxas de juros elevadas e da diminuição do desempenho do setor de telecomunicações devido ao efeito da alta dos preços. O setor petróleo, que é elemento decisivo para o crescimento econômico do estado, não deverá repetir o incremento de 15% registrado no ano passado, mostrando evolução entre 10% e 12%.

O diretor da CIDE manifestou sua preocupação ainda quanto à reforma da Previdência, porque, ao reduzir o valor nominal das aposentadorias do setor público, terá impacto forte na demanda, uma vez que o Rio de Janeiro é um Estado tradicionalmente de servidores públicos por ter sido a capital da República.

Vidigal afirmou que do mesmo modo que têm contribuído para a interiorização da população, os setores petróleo, metal-mecãnico e turismo contribuem para o crescimento econômico do Estado do Rio. Segmentos dinâmicos como telecomunicações, que se expandiram 20%, em 2002, estão puxando o crescimento da economia fluminense, acima da média nacional, com impacto positivo sobre os municípios.

No Pólo Metal-Mecânico, Ranulfo Vidigal informou que as taxas de crescimento do PIB e da população, em Porto Real, Itatiaia e Resende, são muito expressivas: 4,13%, 4,76% e 2,51%, respectivamente. Ao mesmo tempo, a região dos Lagos está apresentando desempenho positivo associado ao turismo e à qualidade de vida, que têm atraído grande parte de servidores aposentados de boa renda, com uma demanda agregada significativa para aqueles municípios. Em Armação de Búzios e Cabo Frio a expansão demográfica e populacional registrada pela Cide no período 1996/2002 foi, respectivamente, de 8,21% e de 5,59%.

O impacto favorável do setor petróleo sobre o norte fluminense, impulsiona cidades como Rio das Ostras (7,61%), Casimiro de Abreu (3,85%), Macaé (3,84%) e Quissamã (2,97%). Campos dos Goytacazes, também no norte do estado, mostra, ao contrário, um dinamismo pequeno. O crescimento pode atingir 1,3% em 2003, empatando com a média estadual , disse o diretor executivo da Fundação CIDE. Em 5 anos, o município cresceu somente 4%, ou seja, está crescendo menos que a população, que apresenta uma renda per capita decrescente, embora receba também royalties do petróleo. Ranulfo Vidigal anunciou que hoje há um equilíbrio entre o interior e a capital, o que é um bom sinal.