Brasília, 7/7/2203 (Agência Brasil – Abr) - A tecnologia está ajudando a Companhia Vale do Rio Doce a testar a operacionalidade do novo píer do terminal marítimo de Ponta da Madeira, que será inaugurado em novembro deste ano, em São Luís, no Maranhão. Um protótipo do terminal, equipado com microcâmeras e microssensores, simula os movimentos das correntes de maré e realiza ensaios de ancoragem (atracação e desatracação) dos navios.
Construído pelo Laboratório de Hidráulica da Escola Politécnica (Poli) da Universidade de São Paulo (USP), o modelo está Instalado num tanque de 1500 metros quadrados e é 170 vezes menor que o original. De acordo com o professor Paolo Alfredini, o modelo simula as correntes marítimas para avaliar a proteção do cais e das embarcações e estima o efeito das marés no acúmulo de sedimentos para verificar as necessidades de dragagem. "A força das correntes reduz a deposição de sedimentos e diminui os trabalhos de dragagem", explica o professor.
Os testes de ancoragem, feitos em miniaturas de embarcações comandadas via rádio, são realizados com os próprios práticos de Ponta da Madeira, profissionais responsáveis pelos procedimentos de atracação e desatracação dos navios no porto. Microcâmeras instaladas na embarcação, no píer e no alto do tanque, transmitem a visão do prático dentro do navio e monitoram toda a manobra de ancoragem.
Segundo Alfredini, o tempo do ensaio é 13 vezes menor do que na atracagem real e determina, com exatidão, a distância mínima segura entre as embarcações como forma de evitar acidentes. "Os práticos fazem em cinco minutos o que leva uma hora para ser realizado com navio real", informa o professor, acrescentando que durante o ensaio as condições das correntes são simuladas a partir de dados coletados no local.
A resistência das defensas do píer, feitas com amortecedores capazes de resistir a um impacto de 460 toneladas, também é testada por microssensores instalados no modelo.
O Ponta da madeira é o segundo porto do Brasil em movimentação de cargas, exportando minério de ferro, manganês e ferro-gusa de Carajás, e a soja produzida no sul do Maranhão. O novo terminal vai permitir um aumento significativo no volume de exportações. (com informações da Agência USP de Notícias).