Brasília, 7/7/2003 (Agência Brasil - ABr) - O ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, negou hoje que o governo federal tenha assumido postura tendenciosa diante dos conflitos entre fazendeiros e integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). "Não vamos permitir transgressões à lei. Nem do MST, nem dos fazendeiros," reiterou o ministro. Segundo ele, a Polícia Federal está monitorando os locais em que o clima está mais tenso e já tem conhecimento da existência de grupos armados. "A PF já sabe quem está armado, quem está se preparando para infringir a lei, e vai impedir essa infração, seja do lado que for", afirmou o ministro, lembrando que as investigações da Polícia Federal são sigilosas.
Sobre os fazendeiros que estão recorrendo à Justiça para garantir os direitos sobre suas propriedades, Bastos disse que essa é a forma mais civilizada de acabar com os conflitos. Para o ministro, o episódio ocorrido na semana passada em Paranavaí, no Paraná, é um mau-exemplo e não "contribui para a paz no campo". A operação para desocupação de uma fazenda no município de Uniflor, invadida por um grupo de 30 sem-terra, deixou um integrante do movimento ferido. "O fazendeiro já tinha ido à Justiça e conseguido uma reintegração de posse. A questão estava sendo resolvida pacificamente, os sem-terra estavam dispostos a sair, houve uma negociação, quando uma caminhonete passou com pessoas e alguém disparou estupidamente contra o acampamento dos sem-terra", lembrou o ministro. Márcio Thomaz Bastos inaugurou, na manhã de hoje, o Centro de Inserção Social de Luziânia, município goiano localizado no entorno do Distrito Federal.