Porto Alegre, 7/7/2003 (Agência Brasil - ABr) - Os governadores que integram o Conselho de Desenvolvimento e Integração do Sul (Codesul), vão encaminhar documento ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ao Ministério de Minas e Energia, reivindicando a construção do gasoduto Argentina/Brasil nos 550 quilômetros entre Uruguaiana e Porto Alegre. A decisão foi tomada hoje durante reunião do Conselho, na sede do Governo gaúcho. Segundo os governadores, a medida é uma alternativa ao gás boliviano, considerado como "pouco competitivo" pelos governadores do Rio Grande do Sul, Germano Rigotto; de Santa Catarina, Luiz Henrique da Silveira; do Paraná, Roberto Requião; e do Mato Grosso do Sul, José Orcírio Miranda dos Santos, o Zeca do PT.

No texto, que também foi assinada pelos governadores das províncias argentinas de Entre-Ríos, Sérgio Montiel e de Corrientes, Ricardo Colombi, os governadores explicam que o gasoduto Argentina/Brasil, se implantado, transportará 12 milhões de metros cúbicos/dia de gás, com a destinação de 2,5 milhões de metros cúbicos para Santa Catarina e Paraná pelo sistema de reversão. Os governadores consideram como estratégico o fechamento do anel energético dos gasodutos interligando às jazidas de gás natural do Brasil, Argentina e Bolívia.

O documento cita como justificativa para o pedido, a possibilidade de maior integração energética no âmbito do Mercosul e da Região Sul; a baixa competitividade do gás natural importado da Bolívia, atualmente única fonte fornecedora do insumo para os estados da Região Sul do país; a possibilidade de contar com mais uma fonte de gás natural na Região Sul, fortalecendo sua inserção na matriz energética; a contribuição do gás natural à preservação do meio ambiente; e a possibilidade da imediata reversão do ramal sul do Gasoduto da Bolívia (Gasbol), permitindo transportar, num estágio inicial, até 2,5 milhões de metros cúbicos/dia de gás natural por Santa Catarina e Paraná.