Recife, 5/7/2003 (Agência Brasil - ABr) - O ouvidor agrário nacional, Gercino Silva, impretrou ação, juntamente com os advogados da Comissão Pastoral da Terra e o Ministério Público, no Tribunal de Justiça de Pernambuco, solicitando que seja cumprida a decisão do desembargador Nelson Reis, que determinou a suspensão de liminar de reintegração e posse do Engenho Prado, no município de Tracunhaém, a 63 km do Recife.
Na última quinta-feira, 300 famílias de sem-terra foram expulsas de suas casas, numa operação que contou com 350 policiais do Batalhão de Choque da Polícia Militar.
O ouvidor considerou a ação injusta e ilegal, alegando que os sem-terra, por ocuparem a área há mais de seis anos, eram posseiros e não invadores. Ele disse que as benfeitorias como casas, escolas, igreja e lavouras não poderiam ter sido destruídas.
Gercino Silva pediu ao desembargador Ivonaldo Miranda que observase a questão com cuidado, por se tratar da área de conflito agrário de maior tensão no estado.
O magistrado prometeu dar um parecer para o caso o mais rápido possível.
Os secretários estaduais de Produção Rural, Gabriel Maciel, e de Defesa Social, Gustavo Lima, asseguraram que não haverá despejo na área até a divulgação da decisão judicial.
Os trabalhadores sem terra estão abrigados provisoriamente em barracas plásticas, tentando reconstruir as moradias e as lavouras destruídas por tratores dos proprietários das terras, que pertencem ao grupo João Santos.