Rodrigues defende mais investimentos em programas de defesa animal e vegetal

30/05/2003 - 21h01

Brasília, 30/5/2003 (Agência Brasil - ABr) - O aumento da competitividade agropecuária do Mercosul passa por maiores investimentos em programas de defesa sanitária animal e vegetal, disse hoje o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Roberto Rodrigues. "Precisamos nos cercar de garantias em relação à sanidade para termos acesso a mercados", afirmou, ao defender que o bloco estabeleça uma política comum na área zoofitossanitária. Ele fez essas declarações no intervalo da primeira reunião do Conselho de Agricultura do Mercosul, formado por Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai, mais Chile e Bolívia.

Além de Rodrigues, estão participando da reunião, que termina amanhã, os ministros Gonzalo González (Pecuária, Agricultura e Pesca do Uruguai), Dario Baumgarten Lavand (Agricultura e Pecuária do Paraguai), mais o secretário de Estado da Agricultura, Pesca e Alimentação da Argentina, Miguel Santiago Campos, o vice-ministro de Assuntos Agrários, Indígenas e Agropecuários da Bolívia, Ronald Nieme, e o diretor do Escritório de Estudos e Políticas Agrárias do Chile, Carlos Furche.

O principal tema em discussão na reunião, informou Rodrigues, é a defesa sanitária animal e vegetal. Isso porque, acrescentou, as maiores barreiras impostas pelos países desenvolvidos ao comércio agrícola estão relacionadas à sanidade. "As doenças e pragas são hoje elementos complicadores de nossas negociações para abertura de mercados", assinalou. Segundo ele, as nações ricas usam esses problemas para restringir as exportações agropecuárias do Brasil e dos demais integrantes do Mercosul. "Por isso, o governo brasileiro também fez questão de incluir as negociações internacionais na pauta do encontro."

Na abertura da reunião do conselho, Rodrigues fez uma apresentação da agropecuária brasileira, comparando-a com as dos demais países. "Mostrei o progresso da agricultura do Brasil, enfatizando principalmente o grande trabalho dos agricultores brasileiros. Embora tenham enfrentado dificuldades de toda ordem nos últimos anos, como planos econômicos e falência de algumas políticas, eles incorporam tecnologia, gerência, competência às suas atividades e conseguiram explosão de produção", destacou.

Em 13 anos, lembrou o ministro, a área plantada cresceu 12%, enquanto a produção aumentou 99%. "Não há nada mais importante do que isso para mostrar. Isso significou um aumento médio de produtividade de 74%. Nenhum outro setor da economia brasileira fez um ajuste tão forte como a agricultura."