Brasília, 22/5/2003 (Agência Brasil - ABr) - O Brasil pode estender o contrato de compra de gás com a Bolívia por 10 anos. Esse foi um dos temas da reunião da ministra de Minas e Energia, Dilma Rousseff, e o ministro de Minerais e Hidrocarbonetos da Bolívia, Jorge Berindoague, na tarde de hoje. Da reunião também participaram representantes da Petrobras e da YPFB, a estatal boliviana que trata de petróleo, gás e derivados.
O principal objetivo é flexibilizar e baratear o uso do gás boliviano. "Queremos que o gás da Bolívia seja usado na indústria, veículos públicos e particulares e como matéria prima para fertilizante", afirmou Dilma Rousseff. Segundo ela, mesmo a descoberta de reservas de gás natural no Brasil não diminui o interesse pelo gás de Bolívia, pois o acordo é estratégico para a integração da América do Sul. "Esse projeto está de acordo com a diretriz do Governo Lula de integrar a América do Sul e principalmente o Mercosul", destacou.
A malha de gasodutos da América do Sul já está em ampliação e ligará Argentina, Brasil, Bolívia e Chile. "Já fechamos um acordo com um grupo de bancos e empresas japonesas que vai investir na malha de gasodutos da América do Sul", informou Rousseff. Entre essas empresas estão os grupos Toyo, Ytosho e Mitisui. Depois de concluída, a malha de gasodutos terá uma opção de venda para a Petrobras.
O ministro boliviano, Jorge Berindoague, declarou que seu país aumentou a reserva de gás natural nos últimos cinco anos e acredita que o desenvolvimento do Brasil aumentará muito o consumo deste combustível. Ele observou que além de poluir menos, o gás natural é até três vezes mais eficiente que a gasolina na produção de energia.
A ministra participará de outra reunião, em Santa Cruz, na Bolívia nos dias 16 e 17 de junho para fechar detalhes do acordo.