Brasília, 28/4/2003 (Agência Brasil - ABr) - O presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ministro Sepúlveda Pertence, disse hoje que estava satisfeito com a contribuição brasileira para a modernização do processo eleitoral no Paraguai.
Em entrevista ao programa Revista Nacional, da Rádio Nacional de Brasília, o ministro Pertence, que passou o fim de semana em Assunção, fez uma avaliação do pleito, onde 50 por cento do eleitorado utilizaram urnas eletrônicas brasileiras.
Eis a entrevista do presidente do TSE:
P - Como o senhor analisa as eleições de ontem no Paraguai?
R - Estou de certa forma eufórico com a contribuição dada pelo Brasil, contestada aqui como aí no Brasil por desinformação ou má fé. Tivemos quase 50 por cento do eleitorado votando nas urnas eletrônicas com um resultado supreendente. Desde a capital, com um nível mais alto, até pequenas cidades do interior o povo se comportou magnificamente e com imensa facilidade no manejo da urna eleitoral. Outros chegaram a se revoltar quando não puderam fazê-lo, porque a sua seção não tinha o equipamento brasileiro. Foi a nossa primeira experiência de grande porte nesta contribuição que estamos dando, particularmente, aos paises da América do Sul para a modernização do processo eleitoral.
P - Quantas urnas o Brasil emprestou para o Paraguai?
R - Seis mil urnas vieram para cá e 3.400 foram distribuidas. O dado mais significativo é que apenas nove urnas falharam e não houve condições logísticas de substituí-las. Assisti pessoalmente a revolta de populares porque exatamente na sua seção houve esse azar.
P - O Brasil é pioneiro no mundo na utilização da urna eletrônica?
R - Sim. A India tem hoje uma grande experiência mas com uma urna que tem cinco vezes o volume da nossa, é mais cara, etc. A experiência brasileira é a primeira. Nos orgulha muito porque é uma tecnologia rigorosamente brasileira montada pelos técnicos da Justiça Eleitoral e de centros universitários brasileiros.
P - Além da utilização por nós, brasileiros, outros países têm demonstrado interesse pela urna eletrônica. O que o Brasil ganha com isso? O país ganha com essa transferência de tecnologia?
R - Não é esse o interesse, na medida em que o Tribunal Superior Eleitoral se considera detentor dos direitos de propriedade industrial sobre a urna e não se pretende ter nenhum lucro com isso. A nossa cooperação tem sido uma forma de colaborar para o aperfeiçoamentio democrático.
P - Quais são os outros países que estão na fila querendo conhecer a urna eletrônica brasileira?
R - A fila está grande. Ainda este mês irei aprofundar os contatos com o México e Colômbia, mas há interesse da Argentina, Equador, Costa Rica... A fila cresce a cada dia, mas é claro que a nossa possibilidade é limitada, exatamente porque não é uma atividade comercial, mas sim de cooperação e sujeita aos cronogramas das eleições brasileiras.
P - Em falar em eleições a nossa próxima eleição é municipal. Ela será totalmente informatizada ministro?
R - Será a segunda municipal totalmente informatizada. A de 2000 já tinha sido.
IDM