Recife, 18/4/2003 (Agência Brasil - ABr) - Na Semana Santa, Pernambuco reúne o maior número de eventos religiosos do país. Numa tradição de quatro séculos, o Estado se dedica à celebração da Missa do Crisma, com a participação de 145 padres, oficiada pelo arcebispo de Olinda e Recife, Dom José Cardoso Sobrinho, na Catedral da Sé, em Olinda, que lembrou o Dia da instituição da Eucaristia, do amor fraterno.
Na matriz da Boa Vista, centro do Recife, a Missa da Ceia do Senhor, foi dedicada ao Santíssimo Sacramento, lembrando a noite da prisão de Cristo, após a última ceia com seus discípulos. Fiéis em jejum e penitência participaram da via sacra pública, realizando 15 estações que recordaram o caminho doloroso de Jeuss, rumo ao calvário. A liturgia da Paixão foi realizada com a Oração Universal pelos necessitados do mundo, seguida da procissão do Senhor Morto, como símbolo do sepultamento de Jesus Cristo.
Nos principais bairros da região metropolitana, comunidades apresentaram espetáculos de rua, sobre o nascimento, vida, paixão e morte de Cristo. O sentimento de religiosidade invadiu as cidades da Zona da Mata, agreste e sertão, onde grupos locais encenaram a história de amor, fé e emoção que revive a paixão de Cristo, com base no mega espetáculo de Nova Jerusalém, a cidade de pedra construída em 100 metros quadrados de área, três quilômetros de muralhas e sete metros de altura, sete portas, 70 torres e nove cenários e outro para acompanhar o espetáculo, se confunde com os figurantes.
Desde 1997, conhecidos atores de televisão participam do espetáculo. Este ano, Luciano Szafir, que no ano passado, viveu Pilatos, faz o papel de Jesus; Cristiana Oliveira, é Maria, Marcello Anthony, interpreta Pilatos e Vanessa Machado vive Herodiades, emocionando e arrancando aplausos de mais de oito mil pessoas por noite. A temporada deste ano, que vai até amanhã, homenageia o criador de Nova Jerusalém, e engenheiro e teatrólogo, Plinio Pacheco, falecido em agosto do ano passado.
O destaque da cidade de pedra é a estátua à cavalo, segurando um megafone, construída pelo escultor pernambucano Caxeado, em cima de uma plataforma giratória, sempre voltada para a cena em exibição. Era assim que ele comandava o espetáculo da Paixão de Cristo e este é o primeiro ano sem Plinio Pacheco, em Nova Jerusalém.