Brasília, 5/4/2003 (Agência Brasil - ABr/Lusa) - A anunciada entrada de soldados norte-americanos hoje em Bagdá dominou o 17º dia da guerra iraquiana, persistindo, no entanto, dúvidas sobre os avanços efetivos da coligação na capital do Iraque. Segundo jornalistas da agência AFP, que circularam hoje pela capital iraquiana, ainda não era visível a presença da coligação em Bagdá.
Numa mensagem lida na televisão, o ministro da Informação, Mohammed Said Al-Sahhaf, pediu aos iraquianos para não acreditar nas falsas notícias sobre a presença de tropas "inimigas" em Bagdá. O ministro pediu ainda aos habitantes da capital para não utilizar as suas armas de fogo sem justificativa, de forma a não espalhar o pânico entre a população.
O diretor de Operações do Comando Militar Central em Doha, general Victor Renuart, explicou que as forças norte-americanas avançaram a partir do sul, movendo-se depois para oeste, até chegar ao aeroporto de Bagdá, sem terem se aproximado dos principais centros de comando do regime iraquiano, situados na outra margem do rio Tigre.
Um porta-voz militar norte-americano qualificou a operação como o início de uma série de patrulhas que poderão ter como objetivo desmoralizar o regime iraquiano e demonstrar que as forças norte-americanas podem entrar e sair de Bagdá como e quando querem.
Persistem, todavia, dúvidas sobre até onde as forças norte-americanas entraram em Bagdá,
apesar de o general Renuart ter afirmado que se movimentaram "à vontade" pela capital iraquiana.
Durante todo o dia, diversos meios de comunicação internacionais com correspondentes em Bagdá assinalaram que "no centro" da cidade não eram visíveis movimentos nem a presença de tropas norte-americanas, o que pode ser visto pelas imagens divulgadas por várias cadeias de televisão captadas em Doha.
O governo norte-americano estimou hoje em 75 o número oficial de mortos desde o início do conflito iraquiano, que, somados aos 27 reconhecidos pelo Reino Unido, totalizam em 102 as baixas nas forças da coligação.
As autoridades iraquianas continuam sem disponibilizar dados sobre as suas baixas militares.
As informações são da Agência Lusa.