Brasília, 11/3/2003 (Agência Brasil - ABr) - O ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, Guido Mantega, classificou de equivocada a avaliação de quem não vê diferença na comparação entre a atuação do governo Lula e a do governo passado. Ele disse que essa comparação não deve partir do ponto de vista da responsabilidade fiscal, que é observada por governos de direita e de esquerda do mundo inteiro.

"Desde sempre, dissemos que administraríamos o orçamento com responsabilidade fiscal. Não é aí que deve ser buscada a diferença", disse ele, acrescentando que a diferença fundamental entre o governo atual e o anterior reside na mudança de conduta sobre o papel do Estado. "O núcleo duro do governo anterior tinha aversão à ação mais ativa do Estado brasileiro na elaboração de políticas - a industrial, a agrícola, a de comércio exterior ou qualquer tipo de política que pudesse soar como intervenção do poder público nas tendências do mercado", avaliou.

Segundo o ministro, mesmo quando o presidente Fernando Henrique quis adotar políticas, esbarrou nesta "barreira intransponível" colocada pela equipe econômica. Essa diferença, disse Mantega, vai aparecer nas políticas que serão postas em prática futuramente, como o Plano Plurianual, que colocará o projeto de longo prazo para o país. "Vamos voltar a pensar o Brasil a partir do futuro. Durante oito anos o país não teve uma agenda de desenvolvimento, olhando apenas para o curto prazo", comentou. Mantega e Palocci falam, neste momento, em audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, sobre a política econômica brasileira.