Médicos discutem tratamento da hiperhidrose em São Paulo

15/02/2003 - 16h12

São Paulo, 15/2/2003 (Agência Brasil - ABr) - Um dos maiores especialistas no tratamento da hiperhidrose, que se caracteriza pela transpiração excessiva nos pés, mãos, axilas e rubor facial, o cirurgião sueco Christer Drott, presidente da Sociedade Internacional de Simpatectomia Torácica, participa hoje de encontro com médicos brasileiros, no Centro de Convenções Rebouças, em São Paulo.

Aberto hoje cedo e previsto para se encerrar às 18h00, o I Simpósio Internacional de Simpatectomia Torácica, promovido pela Divisão de Cirurgia Torácica e Cardiovascular do Instituto do Coração (InCor) e pelo Ambulatório de Simpatectomia, ambos do Hospital das Clínicas (HC), discute os avanços de tratamento no setor por meio de palestras e de demonstrações cirúrgicas ao vivo com seis operações.

De acordo com o cirurgião torácico, Fábio Jatene, apesar de pouco conhecido este tratamento é um recurso que pode trazer alívio e corrigir problemas de saúde que afetam milhares de pessoas. Estima-se que cerca de 1% da população mundial convive com a sudorese excessiva que não raro implica em constrangimentos aos seus portadores. Jatene diz que quem sofre dessa disfunção chega a evitar o ato de cumprimentar pegando na mão das pessoas.

Ele informou que a nova técnica desenvolvida na década de 90 já foi aplicada com êxito em mais de 3 mil casos no Brasil e que na fila de atendimento do HC estão cadastrados 400 pacientes para o tratamento, disponibilizado em vários pontos do país, sendo a maioria pela rede conveniada com o SUS.

As causas da hiperhidrose ainda são motivo de investigações da medicina, mas as suas caractétisticas apontam para um quadro de "fobia social". Há um aumento da atividade do sistema nervoso simpático, que faz parte do chamado sistema nervoso autônomo, sobre o qual não temos controle. Para a correção, a cirurgia é o procedimento mais indicado, defende Jatene. A simpatectomia torácica endoscópica bilateral consiste na retirada dos nervos que regulam a sudorese nas regiões afetadas.

São feitas duas pequenas incisões no tórax, entre a terceira e quarta costela, por onde se introduzus uma minicâmera e os instrumentos cirúrgicos necessários para a retirada dos gânglios da cadeia simpática responsáveis pela produção do suor. A operação é realizada com anestesia geral, dura cerca de 40 minutos e a grande maioria dos pacientes recebe alta hospitalar na manhã seguinte. Jatene observa que o recurso também pode ter efeito benéfico em pacientes com problemas cardiológicos ou de circulação sanguínea.