Brasília, 2/2/2003 (Agência Brasil - ABr) - Ao assumir a presidência da Câmara, o deputado João Paulo (PT/SP) prometeu não decepcionar o Parlamento nem o povo brasileiro. Ele disse que promoverá, no comando da Câmara, as reformas que se fizerem necessárias. Para João Paulo, que urge definir o ritmo de tramitação da reforma da Previdência, da Tributária e da Política e transformá-la em prioridade da agenda parlamentar. Ele lembrou que os parlamentares foram eleitos para mudar este país, e isso será feito. O deputado disse também que não tem compromisso com a quantidade de mudança, mas com a qualidade das novas leis que surgirão no horizonte dos brasileiros para governa-lhes a rotina.
João Paulo afirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a sociedade esperam deste Congresso, particularmente da Câmara, empenho, rapidez e criatividade para construir o mais consistente e mais consolidado processo de resgate da dívida social e de redução das desigualdades que humilham o povo e envergonham a Nação. João Paulo lembrou que o Congresso Nacional tem vivido um histórico de permanente evolução. Durante a ditadura militar, foi fechado, calado, amordaçado, impedido de funcionar em sua plenitude e minimizado em sua atuação.
O novo presidente da Câmara afirmou que nos últimos anos a Casa recuperou muito de sua força e importância e que o rigor e a seriedade aplicados à investigação de irregularidades cometidas por membros da Casa fizeram ver à sociedade que essa instituição não acoberta os erros de seus membros. "E isso não mudará. Ao contrário, tal processo tende a ser cada vez mais célere e mais agudo. Cortar na própria carne dói e exige serenidade, mas não podemos deixar todo o Parlamento sob suspeição só por causa do mau comportamento de um de nós", afirmou.
João Paulo garantiu que não pretende, em sua gestão, desenvolver ações espetaculares ou pirotécnicas. Ele observou que pretende imprimir a busca permanente do diálogo franco e objetivo, "caminho seguro para a construção dos necessários consensos políticos e legislativos". João Paulo afirmou ainda que irá contribuir para devolver ao Parlamento o lugar que lhe cabe na arquitetura institucional brasileira. Destacou que é preciso edificar na Câmara ativa, independente, autônoma, livre e soberana. Uma Câmara que fortalecida em suas prerrogativas constitucionais orientem o seu olhar, buscando resgatar a enorme divida social que aflige o cotidiano nacional.
O novo presidente da Câmara afirmou que tratará o Poder Executivo com a cortesia, a seriedade e conseqüência necessárias, mas não transigirá em momento algum na defesa da independência institucional. Ele destacou que a Câmara estará sintonizada com a agenda da sociedade, e que as portas de seu gabinete estarão abertas aos demais membros da Mesa, aos líderes partidários e a todos os deputados para debate franco e objetivo sobre os destinos da Casa. Ele comentou que quem o conhece sabe que ele não acredita em atalhos nem em mudanças fáceis e rápidas movidas por voluntarismos.
João Paulo destacou que quer colocar a Câmara em defesa do Brasil, "intervindo no presente, revertendo tendências negativas, fazendo aflorar novas potencialidades, retomando o caminho do desenvolvimento econômico e social, buscando afirmar o Brasil como um interlocutor à altura das grandes nações do mundo, e fez também um apelo à paz. "Tenho esperança. Essa nova guerra norte-americana contra o Iraque, caso se consuma, pautará a nossa rotina e a transformará. Como todas as guerras, ela será inócua e não guarda explicação em argumentos razoáveis. Esse Parlamento fará tudo que for possível para deter essa marcha de insensatos".
O presidente da Câmara homenageou o ex-deputado José Genoíno, atual presidente do PT, que ele considerou um "sinônimo de tolerância, de maturidade democrática e de diálogo". João Paulo afirmou que Genoíno foi peça fundamental para permitir que a política brasileira chegasse ao ponto em que está. Ele agradeceu a parlamentares, amigos e pessoas que tiveram um papel fundamental em sua campanha e homenageou Ulysses Guimarães, "político cuja trajetória se confunde com os ideais republicanos". "Ulysses Guimarães, o grande timoneiro. Ele morreu sonhando com a plena normalidade institucional de que hoje nos regozijamos", afirmou. Por várias vezes, João Paulo foi interrompido por aplausos.