Brasília, 23/11/2002 (Agência Brasil - ABr/CNN) - A Espanha enviou um submarino até o local onde o petroleiro Prestige afundou, a cerca de 200 quilômetros da costa da Galícia, a fim de verificar se o navio continua vazando o produto no mar. A informação foi divulgada ontem (22) pelo vice-primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy. Ele estimou em 66 mil toneladas a quantidade de óleo ainda no interior dos tanques do navio. As informações são da CNN.
Uma equipe especializada em salvamento de navios, a holandesa Smit Salvage, revelou que seria possível retirar petróleo do Prestige, apesar de a embarcação estar a 3.600 metros de profundidade. A Smit Salvage, que durante seis dias lutou para manter o navio flutuando em meio a temporais e fortes ventos, disse que o trabalho seria possível, mas extremamente dispendioso.
"Quem vai pagar por isso?", indagou Jan Ter Haar, um dos diretores da companhia, a mesma que ergueu o submarino russo Kursk do fundo do mar de Barents. Para realizar a complexa operação, em uma profundidade nunca experimentada antes, a Smit Salvage empregaria robôs submarinos, canos e cabos.
Alguns especialistas acreditam que o petróleo possa ter endurecido, devido à pressão e às temperaturas gélidas do fundo do oceano. Mas as praias espanholas vêm sofrendo com o despejo de milhares de toneladas de óleo – uma maré negra que já matou e continua asfixiando a fauna e a flora, além de ameaçar a lucrativa indústria pesqueira.
O governo espanhol diz que entre 10 mil e 11 mil toneladas de óleo viscoso vazaram do Prestige antes mesmo de o navio se partir em duas partes e afundar. O grupo ambientalista Greenpeace afirma que a quantidade lançada na água é pelo menos o dobro.
Quatro manchas de óleo rumam em direção à costa, a maior com 80 quilômetros quadrados.