Brasília, 19/11/2002 (Agência Brasil - ABr/CNN) - Em meio a uma disputa sobre as zonas de exclusão aérea no norte e no sul do país, o chefe de inspeção de armas das Nações Unidas, Hans Blix, iniciou hoje seu primeiro dia de trabalho no Iraque, junto com uma equipe de 30 técnicos. Blix e o diretor da Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea), Mohamed el-Baradei, reúnem-se pela segunda vez com um assessor do presidente Saddam Hussein. As informações são da CNN.
Enquanto isso, autoridades norte-americanas fizeram um alerta ao Iraque para que não continue a disparar contra os caças aliados que patrulham as zonas de exclusão. Mas o secretário-geral da ONU, Kofi Annan, afirmou que as manobras do Iraque não significam uma violação da última resolução aprovada pelo Conselho de Segurança da organização, que forçou Saddam Hussein a aceitar o retorno dos inspetores de armas.
Ontem (18), em dois incidentes isolados, as defesas aéreas iraquianas atacaram os aviões norte-americanos e britânicos, segundo alegaram militares dos Estados Unidos. Em resposta, os aviões bombardearam instalações do Iraque no norte e no sul do país.
O Comando Central dos Estados Unidos afirmou que esta foi a quarta vez em cinco dias que os aviões da coalizão ficaram na mira nos iraquianos. O secretário de Defesa norte-americano, Donald Rumsfeld, classificou os últimos incidentes como "inaceitáveis". Mesmo assim, Rumsfeld esquivou-se de se referir às ações dos militares iraquianos como uma violação da resolução da ONU.
Hoje Annan deu a palavra final: o Conselho de Segurança não vai considerar as investidas do Iraque contra os caças britânicos e norte-americanos um desrespeito à resolução.
Paralelamente às inspeções de armas, o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, deverá buscar apoio para sua política em relação ao Iraque quando participar, nesta quinta (21) e sexta-feira (22), da reunião de cúpula da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) em Praga, República Checa.
Bush esclareceu, porém, que não pedirá ajuda militar aos parceiros da Otan. "Esperamos que tudo se resolva pacificamente", disse. "Mas se isso não acontecer, as pessoas saberão que nossa intenção é liderar uma coalizão de países que adoram a liberdade, para desarmar Saddam Hussein", acrescentou.
Pelos termos da resolução da ONU, o primeiro grande teste do Iraque será o relatório completo sobre as armas de destruição em massa, que tem que ser apresentado por Bagdá até 8 de dezembro. O governo do Iraque já afirmou que não possui armas de destruição em massa.