Inspetores de armas da ONU já estão no Iraque

18/11/2002 - 9h19

Brasília, 18/11/2002 (Agência Brasil - ABr/CNN) - Uma equipe da Organização das Nações Unidas (ONU), formada por 25 pessoas, chegou hoje ao Iraque, procedente do Chipre, com o objetivo de aprontar a estrutura para a retomada das inspeções de armas de destruição em massa no país do Golfo Pérsico. A missão avançada é presidida pelo chefe da comissão de inspetores da ONU, Hans Blix, e pelo diretor da Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea), Mohamed el-Baradei. As informações são da CNN.

Blix e el-Baradei, que viajaram em um avião de cargas fretado pela ONU, foram recebidos por oficiais militares do Iraque. Após o desembarque, Blix disse esperar que o Iraque não perca a chance de cooperar com os inspetores. A mesma opinião foi compartilhada pelo dirigente da Aiea.

"Esta será uma chance para o Iraque, se eles cooperarem plenamente", declarou el-Baradei. "Isso abre caminho para que eles voltem e se tornem membros plenos da comunidade internacional e para, posteriormente, a eliminação das sanções".

A equipe de Blix terá como função chefiar a caça às armas químicas e biológicas, além dos mísseis de longo alcance, capazes de destruir alvos distantes. Junto com a Aiea, os inspetores deverão concluir se o presidente do Iraque, Saddam Hussein, possui ou não um programa clandestino de armas nucleares.

O Chipre servirá como base de apoio logístico para as inspeções.

O vice-primeiro-ministro do Iraque, Tariq Aziz, afirmou que seu país está ansioso em cooperar com as inspeções, mas acrescentou que Bagdá não se convenceu de que, ao abrir-se para a equipe da ONU, conseguirá impedir uma guerra com os Estados Unidos. Ele salientou que o Iraque é capaz de se defender sozinho, por ser uma nação antiga, e "poderá sobreviver". "Mas se os Estados Unidos e a Grã-Bretanha lançarem uma guerra contra o Iraque, as conseqüências serão muito ruins para eles e seus amigos na região", alertou.

As inspeções formais deverão começar no dia 27 e, até o fim do ano, o número de técnicos deverá subir para 100. As inspeções em longa escala serão iniciadas depois que Bagdá apresentar uma declaração de seus programas de armas proibidas. Para isso, o prazo final é 8 de dezembro. Blix, então, terá 60 dias para relatar suas conclusões ao Conselho de Segurança da ONU.

Em entrevista à emissora de televisão Sky, o ministro do Exterior britânico, Jack Straw, declarou que Saddam cometerá "o erro de sua vida" se não cooperar com os inspetores. "Ele não pode acreditar que poderá, mais uma vez, bagunçar a comunidade internacional", acrescentou.

Saddam aceitou, na última quarta-feira, o retorno dos inspetores de armas, aprovado pelo Conselho de Segurança da ONU por meio de uma resolução em termos duros, que ameaçava o país do Golfo Pérsico com "conseqüências graves". A resolução dá ao Iraque uma "chance final" de eliminar suas armas químicas, nucleares e biológicas, além do principal meio de transporte delas – os mísseis de longo alcance.