Rio, 19 (Agência Brasil - ABr) - O nível de emprego na indústria brasileira cresceu 0,4% no mês de maio, em relação a abril, registrando a terceira alta consecutiva neste tipo de indicador. A expansão se deu em 11 dos 14 locais pesquisados e em nove das 18 atividades. De fevereiro a maio, a alta acumulada no emprego já chega a 1,3%, de acordo com a Pesquisa Mensal de Emprego e Salário divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Os dados indicam, porém, que na comparação com maio de 2001, o nível do emprego industrial é negativo em 1,6%. Com o resultado de maio, o nível de emprego fechou os primeiros cinco meses do ano também negativo em 1,7%.
Entre abril e maio, em termos de contribuição para a formação da taxa global, destacou-se a região Sudeste (0,8%), principalmente os estados de São Paulo (0,4%) e Rio de Janeiro (2,5%). O Rio registrou a maior taxa entre os locais pesquisados. Apenas a região Nordeste (-0,7%) e os estados de Santa Catarina (-0,3%) e Ceará (-0,7%) apresentaram queda no emprego.
Em nível setorial, as principais pressões positivas foram exercidas por alimentos e bebidas (2,8%), refino de petróleo e produção de álcool (8,9%), e papel e gráfica (1,2%).
Mesmo tendo crescido 1,3% nos últimos três meses, o emprego na indústria fecha os primeiros cinco meses do ano com retração acumulada de 1,7%, com queda em nove regiões e em 14 segmentos da indústria. A retração foi fortemente influenciada pelo desempenho negativo da região Sudeste, que, de janeiro a maio, retraiu o contingente de mão-de-obra pelo terceiro mês consecutivo e fechou o ano em menos 3,4%. Os estados do Rio de Janeiro e São Paulo foram os que mais contribuiram para a queda acumulada, com resultados negativos de -6,0% e -3,6%, respectivamente.
A região e os dois estados também exerceram pressão negativa no indicador do mês de maio, comparado a igual período de 2001, quando ficou em -1,6%. Neste indicador, a região Sudeste acusou redução de 3,4% no nível de emprego, com o Rio caindo -4,6% e São Paulo com -4,1%. Dos cinco locais que registraram taxa positiva, a mais significativa ocorreu em Santa Catarina: 4,4%.
Os dados da Pesquisa Mensal de Emprego e Salário na Indústria acusam, também pelo terceiro mês consecutivo, na comparação mês/mês imediatamente anterior, crescimento real na folha de pagamento e no número de horas trabalhadas no setor.
Em maio, frente a abril, o valor da folha de pagamento cresceu 1,2%. Nos demais confrontos, os resultados ainda são negativos: -1,6% em relação a maio do ano passado e -2,5% no acumulado no ano. O valor médio da folha de pagamento, por sua vez, se eleva na passagem de abril para maio (0,8%) e em relação a maio do ano passado (0,1%), e se retrai segundo o indicador acumulado no ano (-0,8%).
Os dados indicam que a expansão de 1,2% em relação a abril é conseqüência de acréscimos em 11 dos 18 setores, e em oito das 14 áreas pesquisadas. Em nível setorial, destaca-se com o principal impacto positivo na formação da taxa global o ramo produtor de alimentos e bebidas (11,0%) e, negativamente, o de meios de transporte (-5,9%).
Já o número de horas pagas pela indústria brasileira fechou o mês com aumento de 1,3% frente a abril. Neste caso, também os demais indicadores permaneceram em queda de 2,4% em relação a maio do ano passado e de 2,5% no acumulado do ano. Este comportamento também é verificado no pagamento da jornada média de trabalho, que registrou crescimento de 1% de abril para maio e reduções nos demais confrontos: -0,8% frente a maio de 2001 e -0,7% no acumulado do ano.
Esse crescimento reflete altas na maioria dos locais pesquisados. A região Nordeste, com -0,8%, representou a única influência negativa na formação da taxa global. As indústrias da região Sudeste (1,8%) e, em especial, a de São Paulo (1,6%), mostram os acréscimos de maior impacto na formação do resultado global, enquanto as do Espírito Santo (3,0%) e do Rio de Janeiro (2,8%) exibem as maiores taxas de crescimento. Em nível setorial, verifica-se avanço em 14 dos 18 setores investigados.