Brasília, 19 (Agência Brasil - ABr) - A feira Amazontech 2002, exposição de produtos do agronegócio amazônico, foi lançada nesta semana em Brasília com o objetivo de levar o conhecimento, a informação e a tecnologia como base para o desenvolvimento sustentável no setor agrícola na região. Em entrevista à TV Nacional Brasil, canal de TV a cabo da Radiobrás, o diretor executivo da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), José Roberto Peres, informou que a idéia do evento é promover os produtos amazônicos dentro e fora do Brasil.
Segundo Peres, a feira é organizada pela Embrapa, juntamente com o Sebrae e a Universidade Federal do Acre e apresenta uma "vitrine tecnológica", enfocando todos os níveis de produção rural, incluindo os pólos amazônicos de seringueiros e comunidades indígenas. "A Amazontech é bastante ampla e alcança toda a cadeia produtiva dos setores ligados ao agronegócio", destacou.
Peres acrescentou que a intenção é conseguir efetiva participação do setor privado, de organizações não-governamentais e de órgãos do governo, a fim de buscar a integração entre o homem, o meio ambiente e a tecnologia. "Temos o grande objetivo de desenvolver novos empreendimentos de base tecnológica", contou, acrescentando que além da exposição de tecnologias, estão previstas rodadas de negócios para o desenvolvimento destas tecnologias voltadas para a Amazônia. "Acredito que tudo o que é produzido na Amazônia tem lugar garantido no mercado, porque são produtos diferenciados, conseguem ser vendidos com facilidade. Mas é preciso criar uma escala e constância desta produção, o que é um grande desafio para o mercado", avaliou o diretor.
A meta, segundo ele, é fazer um intercâmbio técnico-científico com os países fronteiriços ao Brasil, a partir da realização da feira, semelhante ao que já vem acontecendo com outros produtos como o guaraná e os bombons recheados com frutas típicas da região Norte. "Queremos mostrar que a riqueza natural amazônica pode ser bem utilizada", completou.
Peres informou que existem mais 66 mil pequenos produtores na Amazônia que abrem cerca de dois hectares de mata por ano para sua agricultura de subsistência, o que corresponde a uma degradação de mais de um milhão de hectares a cada dois anos, utilizados de maneira não sustentável. "Nós temos tecnologia para impedir esta devastação, mas para desenvolvê-la precisamos de novas políticas públicas mais direcionadas para viabilizá-la", comentou.
José Peres explicou também que existe grande preocupação com a produção de alimentos, paralelamente à preservação ambiental. E lembrou que só com as tecnologias geradas nos últimos 15 anos, como o melhoramento genético e o controle biológico, a Embrapa fez com que os produtores deixassem de aplicar cerca de 46 milhões de litros de agrotóxicos e pesticidas por ano na agricultura brasileira.
Para mais explicações sobre a feira, basta acessar o endereço eletrônico da Embrapa na Internet (www.embrapa.br), ou telefonar para (61) 448-4015.
