Rio, 12 (Agência Brasil - ABr) - O governo do Rio de Janeiro pediu ajuda ao Centro Regional das Nações Unidas para a Paz, Desarmamento e Desenvolvimento da América Latina e Caribe, para as atividades de controle do tráfico e apreensão de armas no estado. De acordo com o diretor do Centro, Péricles Gaspari, o socorro será dado em forma de dinheiro para a reforma das instalações físicas da Divisão de Fiscalização de Armas e Explosivos (DFAE) e também para a instalação de sistemas de informática que permitam melhorar o rastreamento das armas que entram de forma ilegal no Rio.
Gaspari disse, no entanto, que a verba não está definida porque as Nações Unidas ainda estão fazendo o levantamento do montante necessário. O representante da ONU explicou que o Centro Regional para a América Latina e Caribe atende a 33 países com atividades relacionadas à paz, desarmamento e promoção de desenvolvimento econômico e social. Neste ano, segundo ele, quatro países Argentina, Brasil, Peru e Paraguai solicitaram ajuda oficial para a questão específica do tráfico de armas. No caso do Brasil, a ajuda foi pedida pelo Rio de Janeiro, mas, conforme frisou, o Centro continua aberto a outras solicitações.
Péricles Gaspari participou nesta sexta-feira, no Palácio Guanabara, de reunião com a governadora Benedita da Silva e representantes diplomáticos de 14 países fabricantes das armas apreendidas em operações policiais no estado. No encontro, eles receberam um relatório elaborado pelo Movimento Viva Rio com todas as informações sobre o tipo e a origem do armamento apreendido no Rio nos últimos 51 anos.
De acordo com o relatório, mais de 750 mil armas se encontram no DFAE e destas, 25% são de procedência estrangeira. Os Estados Unidos aparecem como principal fornecedor, seguidos por Espanha e Argentina. Fazem parte da relação, ainda, Bélgica, Alemanha, Itália, República Tcheca, Áustria, França, China, Israel, Suíça, Canadá, Peru, Uruguai, Venezuela, Chile, Bolívia, Japão e Rússia. O documento mostra, também, que nos meses de maio a junho deste ano a polícia apreendeu 6.417 armas no Rio.
Depois da reunião, foi realizado, em frente ao Palácio Guanabara, um ato simbólico de destruição de 10 mil armas apreendidas em 1997. O ato fez parte da celebração do Dia Internacional de Destruição de Armas.